Para ministra, ciência e tecnologia devem combater assimetrias regionais

Luciana Santos destaca que a ciência, a tecnologia e a inovação devem ser pilares do desenvolvimento do país e ferramentas para o enfrentamento às desigualdades

Luciana Santos durante posse do superintendente da Sudene. Foto: Foto: Diego Galba (ASCOM/MCTI)

Entre os muitos desafios a serem enfrentados pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está a luta pela superação das desigualdades, entre as quais figura a de âmbito regional. Um dos ministérios que tem se mostrado atento à questão é o de Ciência, Tecnologia e Inovação, área fundamental para colocar o país em um patamar superior de desenvolvimento com respeito às questões sociais e ambientais. 

Tal necessidade se tornou ainda mais premente após os anos de desmonte das estruturas públicas por parte do governo de Jair Bolsonaro, que atingiu, sobretudo, as regiões e populações mais vulneráveis. O Nordeste, por exemplo, além de sofrer com a omissão da gestão anterior e com os impactos da Covid-19, ainda foi alvo de sucessivos ataques do bolsonarismo, seja por preconceitos históricos, seja pela posição que governadores da região adotaram frente à pandemia ou pelas preferências políticas da maioria do seu povo, que garantiram a vitória de Lula.

Para se ter uma ideia de algumas das desigualdades que marcam o Nordeste, a região tem a taxa mais alta de analfabetismo do país, com 11,7%, enquanto a média nacional é de 5,6% e a mais baixa é a do Sudeste, com 2,9%, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). 

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Ainda de acordo com o órgão, em levantamento divulgado no final de 2022 com dados de 2021, o Nordeste registrou um dos maiores avanços no índice de pobreza. Ao todo, quase 45% eram pobres e 53%, extremamente pobres. Além disso, em maio deste ano, a região tinha 15% de desemprego, mais do que o dobro do verificado no Sul (6,5%). 

Em meio a esse cenário, a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, apontou para a necessidade de enfrentar as assimetrias regionais e garantir avanços para a população, reforçando o papel da pasta nesse processo. 

“O novo governo do presidente Lula recupera os ensinamentos de Celso Furtado e trabalha pela redução das assimetrias regionais e pelo desenvolvimento do Nordeste”, disse a ministra durante a posse do novo responsável pela Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), Danilo Cabral, ocorrida nesta segunda-feira (10).

Ela completou dizendo: “Da minha parte, posso dizer que esse é um compromisso também do nosso Ministério. Queremos que a Ciência, a Tecnologia e a Inovação sejam pilares do desenvolvimento do nosso país, instrumentos que contribuam para solucionar os desafios de nosso tempo e, nesse sentido, também os problemas regionais”. 

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A ministra citou órgãos vinculados à sua pasta que têm sede no Nordeste, contribuindo com esta descentralização, a exemplo do Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene), o Centro Regional de Ciências Nucleares do Nordeste (CRCN/NE) e o Instituto Nacional do Semiárido (Insa). “São instituições que trabalham com ciência e tecnologia aplicadas à realidade do Nordeste, pensando em soluções inovadoras para as demandas específicas dessa região. Trata-se de uma atuação ampla. E queremos fazer muito mais”, afirmou.

Na ocasião, Danilo Cabral salientou que é preciso fazer o reencontro da Sudene com o Nordeste. “Nosso compromisso é reduzir desigualdades regionais. Nosso desafio é fazer com que a economia do Nordeste volte a crescer acima do Brasil e patrocinar as políticas públicas para garantir cidadania”, pontuou. 

Entre outras frentes de atuação, atualmente a Sudene oferece financiamento através do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE), com orçamento de R$ 1 bilhão para 2023, e atua na proposição e acompanhamento da aplicação dos recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) em todos os 11 estados da área da autarquia. Para este ano, este instrumento conta com mais de R$ 34 bilhões.

Com informações do MCTI