Endividamento afeta 78,5% das famílias brasileiras

Pesquisa aponta ainda que 18,5% dizem estar muito endividadas. Por outro lado, parcela média da renda comprometida com dívidas teve o menor percentual desde setembro de 2020

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Os anos de crise, pandemia, juros altos e total ausência de uma política econômica voltada para os interesses da população deixaram marcas que ainda se fazem presentes no dia a dia dos brasileiros. O endividamento é uma delas e hoje atinge 78,5% das famílias do país, um percentual que apresentou avanço de 0,2 ponto percentual; 18,5% delas dizem estar muito endividadas. 

O dado foi trazido pela Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), apurada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Segundo o levantamento, este seria o maior volume da série histórica, iniciada em 2010. 

Por outro lado, a pesquisa apontou que a parcela média da renda comprometida com dívidas registrou o menor percentual desde setembro de 2020, ao atingir 29,6%.

“Isso é resultado da melhora da renda dos consumidores que recebem até 10 salários mínimos, que ocorre por conta da dinâmica favorável da inflação em desaceleração desde o fim do ano passado”, explicou à Agência Brasil a economista Izis Ferreira, responsável pela pesquisa. 

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O levantamento também mostrou como está a inadimplência em relação às dívidas já contraídas, o que afeta 29,2% das famílias, alta de 0,1 pp em relação ao apurado anteriormente. Do total de pessoas nessa situação, quatro em cada dez não tiveram condições de quitar seus compromissos em junho. Também foi revelado que 46% dos inadimplentes têm atrasos superiores a 90 dias. 

Para enfrentar o problema, o governo federal adotou, entre outras ações, o Desenrola Brasil — Programa Emergencial de Renegociação de Dívidas de Pessoas Físicas Inadimplentes —, por meio de medida provisória publicada no começo de junho. A expectativa é que cerca de 70 milhões de pessoas sejam beneficiadas. 

Outro ponto estabelecido pelo governo Lula foi a garantia do mínimo existencial dos superendividados, uma forma de fazer com que essas pessoas possam ter assegurado um valor capaz de suprir o básico do dia a dia que não seja usado ou bloqueado por bancos e instituições financeiras para saldar dívidas decorrentes, por exemplo, de crédito consignado.  Tal iniciativa deve atingir 14 milhões de brasileiros. 

Com informações da Agência Brasil