Inflação oficial tem maior queda para junho desde 2017 e fica em -0,08%

Segundo o IBGE, este é o quarto mês seguido em que a inflação perde força. Os maiores recuos foram nos grupos alimentação e bebidas (-0,66%) e transportes (-0,41%)

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Pela primeira vez neste ano, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve deflação, ficando em -0,08% em junho. Trata-se do menor resultado na inflação oficial para o mês desde 2017 (-0,23%). Este é o quarto mês seguido em que a inflação mostra perda de força.

Além disso, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) também teve queda de 0,10% em junho. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (11).

No caso do IPCA, o índice verificado em junho representou 0,31 ponto percentual (p.p) abaixo do registrado em maio, 0,23%. No ano, o índice soma 2,87% e, nos últimos 12 meses, 3,16%, abaixo dos 3,94% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. O IPCA abrange as famílias com rendimentos de um a 40 salários mínimos e é considerado o indicador oficial da inflação do país. 

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Os grupos responsáveis pelos principais recuos na inflação no último mês foram alimentação e bebidas (-0,66%) e transportes (-0,41%), que contribuíram com -0,14 p.p. e -0,08 p.p, respectivamente, para o resultado. Em seguida, estão artigos de residência (-0,42%) e comunicação (-0,14%). 

“Alimentação e bebidas e Transportes são os grupos mais pesados dentro da cesta de consumo das famílias. Juntos, eles representam cerca de 42% do IPCA. Assim, a queda nos preços desses dois grupos foi o que mais contribuiu para esse resultado de deflação no mês de junho”, explica André Almeida, analista da pesquisa.

O principal recuo nesse primeiro grupo foi puxado pela alimentação em casa, com queda de -1,07%, influenciado pela redução no óleo de soja (-8,96%), das frutas (-3,38%), do leite longa vida (-2,68%) e das carnes (-2,10%). Enquanto isso, o custo da alimentação fora de casa subiu, porém, com menos força (0,46%) em relação ao mês anterior (0,58%). 

Por outro lado, habitação registrou alta de 0,10 p.p, o que lhe conferiu a maior variação, de 0,69%. Os demais grupos ficaram entre o 0,06% de educaçãoe o 0,36% de despesas pessoais.

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Em relação aos índices regionais, apenas cinco áreas apresentaram alta em junho. A maior variação foi em Belo Horizonte (0,31%), em função da energia elétrica residencial (13,66%). Já a menor variação foi registrada em Goiânia (-0,97%), influenciada pelas quedas de 5,40% na gasolina e de 4,83% na energia elétrica residencial.

INPC

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) também registrou queda de 0,10% em junho. Em maio, havia sido registrado aumento de 0,36%. No ano, o INPC acumula alta de 2,69% e, nos últimos 12 meses, de 3%, abaixo dos 3,74% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em junho de 2022, a taxa foi de 0,62%.

Segundo o IBGE, os produtos alimentícios caíram 0,66% em junho e os não alimentícios subiram 0,08%, desacelerando em relação ao resultado de 0,43% observado em maio. Regionalmente, 12 áreas registraram queda em junho, com o menor resultado em Goiânia (-0,86%), e o maior, em Recife (0,38%). 

O INPC abrange as famílias com rendimentos de um a cinco salários mínimos, residentes nas regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, além do Distrito Federal e dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju. 

Com informações da Agência IBGE

(PL)

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