Brasil celebra os 150 anos de Santos Dumont

Considerado o “pai da aviação”, Dumont também colocou o Brasil no mapa-múndi da ciência

Domínio Público

Em 20 de julho de 1873 nascia no interior de Minas Gerais, Alberto Santos Dumont, o pai da aviação. E o legado de um dos principais nomes brasileiros em todo o mundo é celebrado nesta quinta-feira (20) pelos seus 150 anos.

O reconhecimento como pioneiro da aviação se deu por voar para o público em Paris, no Campo de Bagatelle, com o 14-Bis – que percorreu 60 metros em 7 segundos a uma altura entre 2 e 3 metros do solo. O feito de voar com propulsão própria, realizado em 23 de outubro de 1906, é um dos mais lembrados de sua trajetória, porém é apenas um entre outras grandes realizações.

Antes mesmo do voo com o 14-Bis, Dumont construiu um balão e voou pela França por cinco horas, em 1898. O balão dirigível foi o menor construído para que uma pessoa voasse até então.

Já em 1901 sobrevoou Paris em um de seus dirigíveis, pois continuava a elaborar seus planos para voar. Até que em 1906 aconteceu o voo com o 14-Bis e em 1909 criou o avião Demoiselle, um dos primeiros aeroplanos do mundo.

Além disso, Santos Dumont é reconhecido por popularizar a utilização do relógio de pulso, feito por encomenda para ele cronometrar seus voos e experiências. O brasileiro pediu para o seu amigo Louis Cartier para que criasse o modelo como forma de facilitar a tomada de hora enquanto estava com as mãos ocupadas pilotando as aeronaves.

Ainda é atribuído ao inventor o chuveiro de água quente, criado para uma de duas propriedades com um balde com perfurações e entradas para água quente (aquecida a álcool) e fria.

Influente

Uma das principais biografias sobre o inventor, intitulada “Asas da loucura: A extraordinária vida de Santos Dumont”, foi escrita pelo jornalista estadunidense Paul Hoffman. Nela é colocado que: “Santos Dumont foi, talvez, o homem mais prestigiado de Paris nos primeiros anos do século XX. Sua imagem elegante estampava caixas de charutos, de fósforos e aparelhos de jantar”.

Ao jornal Valor, o pesquisador Henrique Lins de Barros, diz que: “Não é exagero comparar Santos Dumont com Leonardo da Vinci, pois ambos foram pessoas que pensavam muito à frente do seu tempo”.

A verdade é que Dumont é celebrado até hoje, principalmente por ter colocado o Brasil no mapa-múndi da ciência. Inclusive, a União Astronômica Internacional batizou, em 1973, de Santos Dumont uma cratera na Lua, em celebração do seu centenário.

A ele também é atribuído a disseminação do código aberto (open source), um modelo que permite que outros inventores tenham acesso a uma invenção original para produzi-la ou aperfeiçoá-la- o que aconteceu com o avião Demoiselle.

Para isso, abriu mão de patentear as suas invenções e impediu que outros o fizessem, contribuindo para que muito rapidamente a aviação evoluísse.

Toda a criatividade do inventor culminou em um fim trágico, com ele se suicidando 1932. A morte no Guarujá, litoral paulista, é atribuída ao desgosto de Dumont com a utilização de aeronaves para fins bélicos ao observar bombardeiros durante a 1º Guerra Mundial e na cidade de São Paulo com a Revolução Constitucionalista, no ano de sua morte.

Homenagem

Em celebração, a Força Aérea Brasileira realizou uma cerimônia pelos 150 anos de nascimento de Santos Dumont, nesta quinta-feira (20). O ato ocorreu na Base Aérea de Brasília e contou com encenações da vida do pai da aviação e uma reprodução do 14-BIS. Confira:

O presidente Lula participou da ocasião e ressaltou o papel da força aérea nacional:

“Emocionante a celebração dos 150 anos de Santos Dumont, o pai da aviação e patrono da Força Aérea Brasileira. A FAB que tem um papel importante no socorro em crises humanitárias, no transporte de órgãos que salvam vidas e na produção dos tecnológicos caças Gripen, junto com a Embraer”.

*Com informações Agência Brasil e Valor. Edição Vermelho, Murilo da Silva

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