Ciência e Tecnologia tem investimentos de quase R$ 8 bi no Novo PAC

Ao todo, são seis projetos estratégicos que passam pelas áreas de saúde, educação, monitoramento de desastres naturais e desenvolvimento industrial com tecnologia de ponta

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) participa do Novo PAC Desenvolvimento e Sustentabilidade com investimentos de R$ 7,89 bilhões em seis programas estratégicos para impulsionar a área entre 2023 e 2026. 

Os programas vão desde a recuperação e expansão da infraestrutura de pesquisa científica e tecnológica em universidades e Institutos de Ciência e Tecnologia, passando pelo aumento da conectividade para educação e pesquisa, por novos equipamentos para o Cemaden até alcançar projetos de ponta, como o primeiro complexo laboratorial de máxima contenção biológica do mundo conectado a uma fonte de luz sincrotron, a segunda fase do Sirius e a implantação do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), que dará autonomia ao país na produção de fármacos para tratamento do câncer.

“Os investimentos anunciados refletem o compromisso do governo do presidente Lula com a retomada do crescimento econômico e a geração de emprego e renda para a população”, disse a ministra da pasta, Luciana Santos.

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Ela salientou que, no caso dos investimentos da área de ciência e tecnologia incluídos no PAC, “é o reconhecimento do papel estratégico dos projetos estruturantes do MCTI no desenvolvimento de soluções para os mais diversos desafios da sociedade e do país”.

O Novo PAC foi lançado na sexta-feira (11) em cerimônia no Theatro Municipal do Rio de Janeiro com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministros, dirigentes de empresas estatais e bancos públicos, governadores, prefeitos e parlamentares. 

No total, o PAC vai investir R$ 1,7 trilhão em todos os estados do Brasil. “O PAC (busca) colocar toda a capacidade do Estado a serviço dos sonhos da população brasileira, unir setores da economia e da sociedade. Muito mais do que uma carteira de investimentos, é um compromisso coletivo, nascido de muita conversa para que os projetos reflitam os anseios de cada região do nosso país”, afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no lançamento. 

Veja abaixo algumas das ações do MCTI no Novo PAC: 

NB4 – O Brasil será o primeiro país da América Latina a ter um laboratório de máxima contenção biológica, conhecido como NB4, e o primeiro do mundo conectado a uma fonte de luz síncrotron. Com isso, passará a dispor de condições para lidar com patógenos que podem causar doenças graves. O novo laboratório de biossegurança será implantado no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), organização vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação que desenvolveu e opera uma das três fontes de luz síncrotron de quarta geração do mundo, o Sirius. Incluído no Novo PAC, o complexo laboratorial de 20 mil metros quadrados receberá R$ 1 bilhão até 2026.


Sirius – Também incluído no Novo PAC, o Sirius, maior e mais complexa infraestrutura científica do país, receberá R$ 800 milhões até 2026. O Sirius utiliza aceleradores de elétrons para produzir um tipo especial de luz, chamada de luz síncrotron. Essa luz é utilizada para investigar a composição e a estrutura da matéria em suas mais variadas formas, com aplicações em praticamente todas as áreas do conhecimento. O Sirius foi projetado para receber até 38 linhas de luz, dedicadas a diferentes técnicas e aplicações. Dessas, três estações de pesquisa serão conectadas ao complexo laboratorial Orion – uma empreitada inédita no mundo. Com os novos investimentos, o Sirius entrará em uma segunda fase, o que inclui o projeto e a construção de dez novas estações de pesquisa.


RMB – Outro projeto do MCTI incluído no Novo PAC é o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB). Com investimentos previstos no valor de R$ 1 bilhão até 2026, o RMB será o mais importante centro de pesquisa brasileiro para aplicações da tecnologia nuclear em benefício da sociedade nas áreas de medicina e da indústria; de energia, envolvendo materiais e combustíveis nucleares para reatores de potência; agricultura e meio ambiente. Na saúde, o RMB vai viabilizar a autonomia brasileira na produção de radioisótopos, que são usados na fabricação de fármacos para tratamento do câncer.


Pró-Infra – Trata-se de um programa de recuperação e expansão da infraestrutura de pesquisa científica e tecnológica para criar as condições para que o Brasil desenvolva projetos de ponta. O foco é apoiar programas estratégicos nacionais e o desenvolvimento industrial em áreas prioritárias. Além disso, esses investimentos também visam promover maior integração entre os estados, reduzir as assimetrias no Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação e reter pesquisadores no Sistema. O investimento estimado é de R$ 4,4 bilhões em recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) entre 2023 e 2026.


Infovias – Este programa busca ampliar a abrangência, a qualidade e a segurança da conectividade para educação e pesquisa no país. A meta é interiorizar o Sistema RNP e interligar todas as unidades da federação. Outro objetivo é desenvolver as infovias estaduais, infraestrutura óptica de rede de comunicação que atende às organizações usuárias do Sistema RNP, como rede de educação e pesquisa, e também é compartilhada com o Estado para seu uso próprio, como rede governamental. Por fim, um último propósito desse programa é fortalecer a rede de e-ciência, uma rede segura de alto desempenho que se assemelha a uma autobahn segura para e-ciência.


Cemaden – Equipamentos mais modernos para ajudar no monitoramento e alertas emitidos pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), unidade vinculada ao MCTI, também foram incluídos no Novo PAC. A intenção é usar o que há de melhor na ciência para benefício da população. Desde 2011, o Cemaden monitora, emite alertas e pesquisas na área geo-hidrometeorológicas, como ocorrências de deslizamento de encostas, enxurradas, inundações e secas, em mais de 1,8 mil municípios brasileiros.

Com MCTI

(PL)

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