Precisamos formar gerações de pesquisadores e cientistas, diz Luciana Santos

No lançamento do 30º Prêmio Jovem Cientista, ministra de MCTI destaca papel estratégico da ciência, tecnologia e inovação para a superação da desigualdade e o avanço do país

Foto: Diego Galba/ASCOM/MCTI

Foi lançada nesta quarta-feira (18), em Brasília, a 30ª edição do Prêmio Jovem Cientista, iniciativa que envolve o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Fundação Roberto Marinho. O evento ocorreu durante a 20ª Semana Nacional da Ciência e Tecnologia.

“A ciência tem uma grande contribuição a oferecer para o desenvolvimento sustentável e inclusivo do nosso País. Nesse sentido, a ciência não é programa de um ministério. Ela integra a agenda de todo o governo como instrumento de combate à fome e às desigualdades; de preservação ambiental; das políticas climáticas e de transição energética; de transformação digital; e de garantia de uma nação independente e soberana”, disse a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos. 

A ministra destacou, ainda, que “se o nosso objetivo é alcançar a economia do conhecimento e fazer do Brasil um país mais competitivo, precisamos formar gerações de pesquisadores e cientistas. E é isso que buscamos ao promover a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia e lançar mais um Prêmio Jovem Cientista”. 

Criado em 1981, o prêmio traz como tema nesta edição um assunto central para o desenvolvimento humano e socioeconômico: a conectividade e a inclusão digital. Ampliar estas duas frentes é decisivo, na avaliação de Luciana, “para o combate à desigualdade, para a inclusão social e para o País avançar na transformação digital – um dos desafios estratégicos para o desenvolvimento nacional”. 

Desafios 

Foto: Diego Galba/ASCOM/MCTI

Segundo a pesquisa TIC Educação 2022, organizada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação, apesar de 94% das escolas brasileiras de ensino fundamental e médio terem acesso à internet, apenas 58% possuem equipamentos conectados. Na zona rural, o problema é ainda pior, uma vez que 60% dos alunos disseram que o sinal disponibilizado é fraco. 

No final de setembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou decreto para criar um programa para viabilizar a instalação de internet nas escolas de todo o país. “Vamos conectar 138,4 mil escolas nesse país. Até 2026, a gente vai deixar toda a nossa meninada altamente conectada, com wi-fi e tudo o mais o que for necessário”, disse o presidente na ocasião.

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De acordo com a ministra, o MCTI elaborou uma série de medidas com a perspectiva de ampliar a abrangência, a qualidade e a segurança da conectividade para educação e pesquisa e avançar com a inclusão e a capacitação digital da população, sobretudo nas regiões mais remotas. Como exemplo citou o investimento de R$S 640 milhões até 2026 na implantação de infraestrutura óptica para expandir o acesso e a qualidade da internet nas atividades de educação e pesquisa.

Além disso, Luciana Santos citou outras medidas de estímulo à ciência, num total de R$ 3,2 bilhões, entre as quais dois editais de pesquisa no valor de R$ 600 milhões; reajuste das Bolsas de Fomento Tecnológico e Extensão Inovadora, contemplando 6.500 bolsistas e a correção das bolsas de estudo e pesquisa, alcançando 258 mil bolsistas da Capes e do CNPq. 

Prêmio

Para o presidente do CNPq, Ricardo Galvão, “o Prêmio Jovem Cientista tem uma contribuição muito importante para a ciência brasileira ao levar o pensar científico para meninas e meninos ainda no período escolar e incentivar jovens no início da carreira”. 

Galvão ressalta, ainda, que “sempre com temáticas relevantes para o país, o prêmio tem contribuído, ao longo de mais de 30 anos, para a descoberta e a divulgação de pesquisas inovadoras para as grandes questões da sociedade brasileira como o tema desta 30ª edição, Conectividade e Inclusão Digital”.

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João Alegria, secretário-geral da Fundação Roberto Marinho, afirmou que “muitos brasileiros têm sido excluídos do direito à educação, portanto também do direito a se expressar, aprender e produzir conhecimento. Nós estamos convencidos que todas e todos podem contribuir com a transformação do nosso país, com a inovação e a busca de soluções para os nossos próprios problemas e os desafios do planeta”. 

As inscrições para a 30ª edição do prêmio serão abertas em 2024, e as linhas de pesquisa serão divulgadas em breve.  Ao todo, são cinco categorias: Mestre e Doutor; Estudante do Ensino Superior; Estudante do Ensino Médio; Mérito Institucional; e Mérito Científico. Até hoje, mais de 194 pesquisadores e estudantes, além de 21 instituições de ensino superior, foram premiados.