Farsa da CPI do MST terá fim com relatório fajuto de Salles

O ex-ministro de Bolsonaro apresentará seu parecer logo após o depoimento do líder do Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST), João Pedro Stédile

(Foto: Richard Silva/PCdoB na Câmara)

O deputado Ricardo Salles (PL-SP), ex-ministro de Bolsonaro que propôs “passar a boiada” para enfraquecer os mecanismos de proteção do meio ambiente, vai novamente cair no ridículo ao apresentar nesta terça-feira (15) o relatório final da CPI do MST.

Ele pretende ler seu parecer logo após o depoimento do líder do Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST), João Pedro Stédile, que foi recebido na Câmara por diversas lideranças políticas e religiosas.

Além da derrota anunciada, pois os bolsonaristas estão em minoria no colegiado, Salles terá o constrangimento de apresentar um documento malfeito e sem consistência pelo simples fato de não ter elementos que possam indiciar lideranças do movimento com alguma ilegalidade.

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Não há provas e nem um objeto determinado. Mesmo assim, o relator bolsonarista vai apontar ligações do movimento com partidos de esquerda e culpar o governo Lula por omissão nas invasões de terra, ou seja, um discurso para amenizar o fim melancólico da CPI.

Por outro lado, um abaixo-assinado em apoio ao MST, com apoio de nomes expressivos como Chico Buarque, Luis Fernando Veríssimo, Kenarik Boujikian e Eduardo Moreira, entre outros, foi entregue nesta segunda-feira (14) ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e aos líderess partidários da Casa.

O documento afirma que há “clara intencionalidade” de criminalizar o MST e outros movimentos populares.

“Há uma clara intencionalidade de criminalizar o MST, os movimentos do campo e também movimentos de luta pela moradia na cidade. A Constituição garante o legítimo direito de organização de todas as categorias de trabalhadores e da realização de diferentes formas de mobilização na luta por seus direitos históricos”, diz um trecho dele.

Para o movimento, a realidade agrária, a estrutura de propriedade injusta, certamente não foram objeto de pesquisa e análise pela CPI, por seu plano de trabalho.

“E todos sabemos quantos crimes são cometidos no meio rural, pelas classes abastadas e as formas de exploração da natureza, que afetam toda sociedade brasileira”, completou.

O texto pede aos parlamentares, em especial Arthur Lira, para que “zelem pelos princípios republicanos e democráticos, para que se impeça atropelos e uso de retóricas de propagação de mentiras, do ódio, da violência e da discriminação e perseguições inúteis, que em nada contribuem para a solução dos verdadeiros problemas agrários”.

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