Marcio Pochmann toma posse como novo presidente do IBGE

Com a presença de Lula, Alckmin e Tebet, economista e professor aposentado da Unicamp inicia seu trabalho

Foto: Ricardo Stuckert

No auditório Celso Furtado, no Ministério do Planejamento, em Brasília, o professor e economista Marcio Pochmann tomou posse como presidente do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, sob qual o IBGE é subordinado, participaram da cerimônia.

Na sua fala, o economista e professor aposentado pela Unicamp, ao assumir o IBGE, revelou que o momento consagra uma trajetória “de um novo mundo, um novo Brasil, um novo IBGE”.

“O desafio posto a minha frente, em quase 40 anos de uma vida dedicada ao conhecimento, ensino e ações voltadas para os avanços sociais me proporcionaram, para com tais credenciais, fazer jus à confiança e expectativa de êxito na incumbência de presidir o IBGE, com máximo rigor técnico-científico das informações e dados que servirão para ações estratégicas para o povo”, afirmou Pochmann.

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Em sua fala, Tebet congratulou o economista: “Pochmann, bem-vindo ao Ministério do Planejamento e Orçamento. Bem-vindo ao objetivo maior desse governo que é o de atacar as desigualdades e incluir o pobre no orçamento. Tirar o Brasil do mapa da fome, construir um sistema tributário justo e propulsor do desenvolvimento, gerar emprego e distribuição de renda, garantir casa própria, segurança pública, educação e saúde pública de qualidade. Bem-vindo, enfim, à execução do projeto de união e reconstrução do Brasil”, disse.

Para a mídia conservadora que tentou criar oposição entre ela e Pochmann, quando indicado por Lula, a ministra deu um recado: “No governo Lula todos nós caminhos juntos no mesmo objetivo”, salientou Tebet aos críticos que tentam criar celeumas no governo Lula.

Recuperação do IBGE pós-Bolsonaro

De acordo com o novo presidente do IBGE, a recuperação do órgão é prioridade.

“A recuperação do IBGE é urgente e inadiável, após o vendaval tóxico e destrutivo [sob Bolsonaro] dos anos recentes, que impuseram a realização do censo demográfico com atraso de dois anos e com recursos orçamentários de apenas dois terços do total que havia sido comprometido no ano de 2010, o último ano do segundo mandato do presidente Lula”.

O economista apontou que o Instituto viveu o seu pior momento da história sob Bolsonaro e que se manteve graças aos funcionários organizados.

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“Sem recursos públicos e sob rebaixamento salarial e precarização generalizada das condições de trabalho, o IBGE foi submetido a uma de suas piores situações vivenciadas desde o ano de 1936, quando foi constituído. Não fosse a ação de resistência destemida e valorosa do seu corpo de servidores e colaboradores, com a atuante e consistente ação sindical, encontraríamos uma instituição em plena ruína. A partir de 2023, contudo, com a liderança do presidente Lula, a marcha da insensatez degradante foi interrompida”, completou Pochmann.

Na mesma linha, Tebet desferiu críticas a Bolsonaro e disse que ficou claro que ele atuou para atacar a democracia brasileira.

“Graças ao trabalho da Polícia Federal e dos depoimentos dados na CPMI dos Atos Golpistas, nesta semana, podemos dizer, que o cerco se fechou contra o ex-presidente da República [Jair Bolsonaro]. Ali está claro, está apontado como autor, como mandante, da tentativa de fraudes às urnas eletrônicas, com a tentativa de fraude à decisão legítima do povo brasileiro de escolher o seu sucessor, atentando contra a democracia brasileira”, disse Tebet, em desabafo.

A ministra ainda fez um alerta para que a PF fique atenta para uma tentativa de fuga do país por Bolsonaro.

“Não se enganem. Que busquem o mais rápido possível apreender o passaporte [Bolsonaro], porque quem fugiu para não passar a faixa para um presidente que foi democraticamente eleito pelo povo, com certeza, vai querer abandonar o Brasil para salvar a própria pele”, reforçou Tebet.