Luisa denuncia obstáculos para voto no exterior e exige correção

Candidata do Revolução Cidadã à presidência do Equador afirmou que é “preciso que o Conselho Nacional Eleitoral permita que os migrantes possam exercer seu direito ao voto”

Eleitores equatorianos no exterior são barrados pelo sistema eletrônico

“Faço um chamado para que se dê atenção aos nossos migrantes que não estão conseguindo votar no exterior. Que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) corrija os erros e permita que eles possam exercer seu direito ao voto”, afirmou Luisa González, candidata do movimento Revolução Cidadã (RC) à presidência do Equador nas eleições deste domingo (20).

O voto no Equador é em cédula, mas o CNE criou uma plataforma digital para permitir a participação dos eleitores residentes no exterior em razão da falta de tempo para a remessa de cédulas aos países onde vivem. No entanto, a coordenação da campanha do RC recebeu inúmeras denúncias de que quando tentam acessar o sistema eletrônico de votação são surpreendidos com uma mensagem de erro e não conseguem votar. E os telefones dos consulados simplesmente não atendem.

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Como são votos majoritariamente oposicionistas, pois são de pessoas vítimas das políticas de arrocho, desemprego e precarização de direitos, implementadas pelos governos neoliberais dos últimos seis anos, os cerca de 410 mil eleitores equatorianos registrados no exterior podem fazer toda a diferença na derrota do governo de Guillermo Lasso e de seus cúmplices. Embora o percentual seja pequeno em relação aos 13,4 milhões de votantes, esses votos podem definir a realização ou não de um segundo tuno no dia 15 de outubro.

Luisa González lidera todas as pesquisas de intenção de voto (RC)

Numa disputa acirrada, em que o candidato para se eleger no primeiro turno necessita de 40% dos votos válidos e abrir uma vantagem de 10% sobre o segundo colocado, a participação dos migrantes tem peso decisivo. Somente entre 2021 e 2022, 189 mil equatorianos saíram do país, número que supera o saldo migratório dos últimos doze anos.

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O economista Andrés Arauz, candidato a vice-presidente do Revolução Cidadã, afirmou que o aumento terrível da pobreza foi o responsável pela “migração forçada”, que precisa ser revertida agora com “o fortalecimento do Estado, a industrialização e a geração de empregos”.

*A Agência ComunicaSul está cobrindo as eleições presidenciais e à Assembleia Nacional do Equador graças ao apoio das seguintes entidades: jornal Hora do Povo, Diálogos do Sul, Barão de Itararé, Portal Vermelho, Correio da Cidadania, Agência Saiba Mais, Intersindical, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Central Única dos Trabalhadores do Paraná (CUT-PR); Associação dos Assistentes Sociais e Psicólogos do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (AASPTJ-SP), Federação dos/as Trabalhadores/as em Empresas de Crédito do Paraná (FETEC-PR), Sindicatos dos Trabalhadores em Água, Resíduos e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Sintaema-SP) e de Santa Catarina  (Sintaema-SC), Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada no Estado do Paraná (Sintrapav-PR), Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp Sudeste-Centro), Sindicato dos Escritores no Estado de São Paulo, Sindicato dos Trabalhadores no Poder Judiciário Federal de Santa Catarina (Sintrajusc-SC); Sindicato dos Trabalhadores no Poder Judiciário do Estado de Santa Catarina (Sinjusc-SC), Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário Federal em Pernambuco (Sintrajuf-PE), mandato popular do vereador Werner Rempel (Santa Maria-RS) e dezenas de contribuições individuais.

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