CPI pede à Justiça condução coercitiva dos donos e diretoria da 123 Milhas

Os sócios faltaram depoimento na CPI das Pirâmides Financeiras pela segunda vez, o que causou o pedido para que sejam conduzidos ao local pela força policial

(Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

A CPI das Pirâmides Financeiras da Câmara dos Deputados pediu à Justiça a condução coercitiva dos empresários Ramiro Júlio Soares Madureira e Augusto Júlio Soares Madureira, sócios da 123 Milhas, e de toda a diretoria da empresa para que prestem esclarecimentos ao colegiado na próxima quarta-feira (6), às 10h.

Reconvocados, os irmãos deveriam depor nesta quarta-feira (30), mas alegaram que no mesmo horário teriam reunião com o ministro Celso Sabino (Turismo). Eles já haviam faltado na terça-feira (29).

O presidente da CPI, deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), lamentou que a reunião com o ministro Celso Sabino tenha sido usada para “fugir” novamente do depoimento à CPI.

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Os sócios da 123 Milhas haviam recorrido ao Supremo Tribunal Federal para serem liberados de depor à CPI.  Na decisão, a ministra Cármen Lúcia determinou que os empresários devem comparecer ao colegiado, podendo exercer o direito de ficar em silêncio.

Os irmãos terão de explicar a suspensão dos pacotes de viagens vendidos aos clientes com embarques previstos para setembro e dezembro.

A empresa anunciou que vai devolver os valores pagos pelos clientes como correção monetária, mas por meio de vouchers.

Aureo Ribeiro diz que a empresa se transformou na maior agência on-line de vendas de passagens aéreas e existe a preocupação de que o caso esteja configurado como um esquema de pirâmide financeira.

“Além disso, da forma como foi apresentado pela empresa, a venda dos pacotes de viagem era feita sem que houvesse nenhum compromisso de arcar com a responsabilidade junto a seus clientes”, afirmou.

Entenda o caso

A 123milhas passou a ser investigada pela comissão após anunciar, no último dia 18, a suspensão de pacotes contratados da linha ‘Promo’, com embarques programados entre setembro e dezembro deste ano.

Depois de ter anunciado um plano de reestruturação envolvendo demissões, a empresa entrou com pedido de recuperação judicial na terça-feira (29).

Com informações da Agência Câmara

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