Dirigente da Federação Espanhola renúncia ao cargo após pressão por assédio

Luis Rubiales apresentou carta neste domingo (10) em que se demetia da presidência da Real Federação Espanhola de Futebol e vice-presidência da Uefa

Foto: Reprodução/Sportv / Esporte News Mundo

Após três semanas do beijo sem consentimento no final da Copa do Mundo feminina de 2023, Luis Rubiales renunciou neste domingo (10) aos cargos de presidente da Real Federação Espanhola de Futebol e vice-presidente da Uefa (União das Associações Europeias de Futebol).

Rubiales forçou um beijo na jogadora espanhola Jenni Hermoso durante a cerimônia de premiação do torneio, vencido pelo país ibérico em 20 de agosto, em Sidney (Austrália).

“Hoje, às 21h30, transmiti ao presidente em exercício, senhor Pedro Rocha, a minha renuncia ao cargo de Presidente da RFEF. Também informei que fiz o mesmo com meu cargo na UEFA, para que meu posto na Vice-presidência possa ser substituído”, comunicou Rubiales por meio das redes sociais.

O dirigente estava suspenso provisoriamente pela Fifa desde o dia 26 de agosto. O Comitê Disciplinar da entidade puniu Rubiales por 90 dias. De acordo com a decisão, o espanhol não pode exercer qualquer atividade relacionada ao futebol.

Rubiales tem procurado se vitimizar diante das imagens que rodaram o mundo e que ocasionaram uma onda de protestos e mobilizações contra o ex-mandatário do futebol espanhol.

“Minhas filhas, minha família e minha gente sofreram os efeitos de uma perseguição desmedida, assim como muitas falsidades, mas também é certo que, na rua, cada dia mais, a verdade está se impondo”, disse.

Na sexta (8), o Ministério Público da Espanha deu início ao processo contra Rubiales, três dias após a Hermoso denunciá-lo por agressão sexual.

Em uma entrevista de duas horas com o jornalista inglês Piers Morgan em Londres, Rubiales reconheceu que estará resignado porque não voltará ao seu lugar. “¿Renúncia? Sim, eu tenho que fazer porque eu não posso continuar meu trabalho. Tomo esta decisão além de ter a certeza de que minha marcha contribuirá para a estabilidade que permitirá traer a nosso país o Mundial de 2030”.

Rubiales estava no cargo de presidente da RFEF desde maio de 2018 e almejava tornar a Espanha um dos países sede da Copa do Mundo de 2030, em uma candidatura tripla com Portugal e Marrocos.

“Não quero que o futebol espanhol possa ser prejudicado por toda esta campanha tão desproporcional e, sobretudo, tomo esta decisão depois de ter me assegurado que minha saída contribuirá à estabilidade que vai permitir que tanto a Europa quanto a África sigam unidas no sonho de 2030, que permitirá trazer a nosso país o maior evento do mundo”, disse Rubiales, em nota.

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