Americanas tem 16 ações de despejo e fecha 21 lojas em dois meses

Entre agosto e setembro, 1.131 foram desligados, sendo que 639 pediram demissão. Crise na varejista começou em janeiro, quando fraude contábil foi descoberta

Foto: Eduardo P./Licença CC

No domingo (1), a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) recebeu o relatório mensal dos administradores judiciais da Americanas. Nele consta que a empresa perdeu 1.131 funcionários entre 21 de agosto e 17 de setembro, período pelo qual 21 lojas foram fechadas, restando 1.785. Em 12 meses, a quantidade de lojas fechadas já é de 88. Do total de empregados que saíram da empresa, 639 pediram demissão.

No relatório também é indicado que o número de clientes foi reduzido entre dezembro do ano passado e o último mês de agosto: redução de 12,7%. Já o caixa da empresa em agosto ficou em R$ 1,552 bilhão, menos da metade em relação ao ano passado, pois em setembro o caixa era de R$ 3,726 bilhões.

Enquanto o caixa fica escasso, a dívida em reais, de janeiro a agosto deste ano, cresceu 5,6% e chegou a R$ 20,644 bilhões. A parte em dólares somou R$ 1,068 bilhão, redução de 1,1%.

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Segundo o relatório encaminhado à CVM, a Americanas possui 16 ações de despejo.

Apesar da crise, a empresa tem hoje 34.369 funcionários, número superior ao de 33.948 reportado em agosto. Isso ocorre devido à sazonalidade do varejo, uma vez que a empresa lançou contratações visando atender à demanda de final de ano com vagas temporárias.

Fraude

A primeira acusação pública de fraude contábil na empresa foi em 11 de janeiro, com o indicativo de R$20 bilhões de dívidas e que ficou ainda maior depois das apurações – ao contrário dos lucros fictícios reportados pelos executivos ao longo dos anos. Em 19 de janeiro a empresa entrou com pedido de recuperação judicial.

No último dia 26/9, a CPI das Americanas foi encerrada sem indicar culpado. O relator do caso, deputado Carlos Chiodini (MDB-SC), apresentou um parecer que mais protege do que pede a punição dos acionistas bilionários da empresa responsáveis pelo rombo de R$ 40 bilhões.

*Com informações Valor e Folha