Putin: Rússia venceu sanções e Bretton Woods irá colapsar

Mais: Modi prende jornalistas acusados de propaganda chinesa / Cebrapaz realizará 6ª Assembleia Nacional / 12º Fórum do BRICS sindical .

Foto: Reprodução

Em discurso nesta quinta-feira (5), durante a sessão plenária da 20ª reunião anual do Clube de Discussão Valdai, em Sochi, que contou com a presença de políticos, diplomatas e economistas de 42 países, o presidente da Federação Russa, Vladimir Putin, afirmou que as sanções que pretendiam enfraquecer o país estão, na verdade, impulsionando o seu crescimento, “a Rússia resistiu à pressão ocidental destinada a paralisar o seu crescimento econômico e só se tornou mais forte”, completou. Segundo o presidente russo, “em geral, a situação é estável. Superamos todas as questões relacionadas com sanções e iniciamos a próxima fase de desenvolvimento [econômico] numa nova base, o que é de fundamental importância”. O desemprego no país caiu para um mínimo histórico de 3%, observou, enquanto os rendimentos disponíveis continuam a crescer, ao contrário da situação na União Europeia. Putin enfatizou que, apesar do aumento dos gastos com defesa e segurança, o governo russo não trocou “manteiga por armas” e todas as obrigações sociais estão em dia. A Rússia, ademais, é totalmente autossuficiente no fornecimento de alimentos básicos, acrescentou.

Bretton Woods colapsando e o conflito na Ucrânia

O mandatário russo afirmou ainda que o sistema financeiro global baseado no dólar não é equilibrado, pois não atende aos interesses de todos os países. Segundo Putin, o domínio da moeda americana tem de acabar, o que já está acontecendo, enquanto as autoridades norte-americanas “dão um tiro no próprio pé”. “O sistema de Bretton Woods – que já foi criado com base no dólar, está gradualmente a entrar em colapso. A moeda é um derivado do poder da economia do país, que emite esta moeda”, destacou o líder russo. Além disso, a participação da economia dos EUA no PIB global está diminuindo, como evidenciado pelos dados estatísticos, enfatizou. Sobre a guerra, o chefe de governo informou que a Ucrânia perdeu 90 mil soldados durante a fracassada contraofensiva, “desde o início da chamada contraofensiva — e estes são os dados apenas desde 4 de junho — as unidades militares ucranianas perderam mais de 90 mil [soldados]. São perdas insubstituíveis, bem como 557 tanques e quase 1.900 veículos blindados de vários tipos“. Putin ainda comentou o andamento da operação militar especial, revelando confiança em atingir os objetivos que a motivaram, “estamos caminhando com calma para alcançar nossos objetivos e temos certeza de que conseguiremos cumprir todas as tarefas a que nos propusemos“, disse o presidente. Com informações da RT e da Sputnik News.

Modi prende jornalistas acusados de “propaganda chinesa”

Jornalistas realizaram uma reunião de emergência em 3 de outubro para se opor aos ataques / Foto: NewsClick – Peoples Dispatch

O jornal Brasil de Fato informa que autoridades policiais da Índia realizaram, nesta terça-feira (3), batidas e detenções em massa contra mais de 100 jornalistas progressistas e de esquerda de veículos como NewsClick e Peoples Dispatch, bem como o Tricontinental Research Services. O editor-chefe do NewsClick, Prabir Purkayastha, e o administrador Amit Chakraborty foram presos alegando-se a lei antiterrorismo e a Lei de Prevenção de Atividades Ilícitas (UAPA). A casa do Secretário Geral do Partido Comunista da Índia (Marxista), Sitaram Yechury, também foi invadida. Após a batida, o dirigente declarou: “A polícia foi à minha residência porque o filho de um dos companheiros que mora comigo trabalha para a NewsClick. A polícia foi até lá para interrogá-lo. Levaram seu laptop e telefone. O que eles estão investigando? Ninguém sabe. Se essa é uma tentativa de tentar amordaçar a mídia, o país precisa saber o motivo por trás disso“. Pelo menos 500 policiais e agentes de inteligência participaram da operação. O governo da Índia é chefiado pelo primeiro-ministro Narendra Modi, ultraconservador. A repressão ocorre em meio a uma ofensiva dos meios de comunicação de direita que publicaram dezenas de artigos apresentando acusações de que os membros dos meios de comunicação progressistas são propagandistas a serviço da China. Parlamentares do Partido Bharatiya Janata, de extrema-direita, bem como o Ministro do Interior Amit Shah, igualmente fizeram acusações semelhantes.

Repressão contra a imprensa na Índia – Livros de Karl Marx apreendidos

Testemunhas relatam que as mais de 100 batidas domiciliares duraram, em média, de quatro a 10 horas, e as pessoas interrogadas enfrentaram uma ampla gama de perguntas, como se teriam ou não feito reportagens sobre os protestos dos agricultores na Índia, os protestos contra a controversa Lei de Emenda à Cidadania, a má gestão da Covid-19 na Índia ou qualquer coisa considerada “antigoverno”. Em alguns casos, as autoridades saquearam as casas das pessoas em busca de material e um dos alvos da operação relatou que as autoridades jogaram seus livros no chão e confiscaram todos os títulos de Karl Marx. Diversas entidades protestaram fortemente, entre elas a Associação Democrática de Mulheres de toda a Índia, que registrou: “Essa ação altamente antidemocrática, injustificada e repressiva foi ostensivamente realizada para intimidar jornalistas independentes e corajosos e outros que têm criticado as políticas do governo“. Um abaixo-assinado em defesa dos jornalistas pode ser acessado clicando aqui.

Cebrapaz realizará 6ª Assembleia Nacional em dezembro, em São Paulo

O Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz), em reunião de sua Direção realizada nesta segunda-feira (2) convocou a 6ª Assembleia Nacional da entidade, que será realizada no dia 10 de dezembro, na cidade de São Paulo. O presidente do Cebrapaz, Jamil Murad, destaca que a data é simbólica: “O dia 10 de dezembro de 2023 marca os 19 anos de fundação do Cebrapaz e comemora-se o Dia Internacional dos Direitos Humanos. Mas para além disso, a 6ª Assembleia será uma oportunidade para fortalecer a defesa da paz mundial e a solidariedade aos povos vítimas do imperialismo. Faço um chamamento aos que se interessam pela luta anti-imperialista, aos internacionalistas, que participem deste processo que será rico em debate e aprendizado coletivo”. Os que se interessem em integrar o processo de mobilização da 6ª Assembleia, através de um dos núcleos estaduais do Cebrapaz, podem escrever para [email protected].

12º Fórum do BRICS sindical

A edição do 12º Fórum dos Sindicatos dos Brics (BTUF) foi realizada nos dias 26 e 27 de setembro, na cidade de Ethekwini (Durban). O Brics Sindical (BTUF) contou com representantes das centrais sindicais brasileiras (CTB, NCST, UGT, FS e CUT) e das federações sindicais nacionais da República da África do Sul, República da Índia, Federação Russa e República Popular da China. O 12º BTUF teve como tema “A Cooperação do Fórum Sindical do Brics para um Desenvolvimento Justo e Inclusivo a Todos os Povos do Mundo – Avançando no Caminho da Justiça Social, Paz e Dignidade.” O presidente nacional da CTB, Adilson Araújo, esteve presente no encontro e ressaltou que “vivenciamos o esgotamento da velha ordem imperialista, fundada na exploração das nações mais pobres pelas grandes potências capitalistas. Este ambiente cria a necessidade histórica e a oportunidade de uma nova ordem geopolítica internacional. O Brics, ampliado e fortalecido em sua última reunião de cúpula, já desenha os contornos desta nova ordem, com a constituição do Novo Banco de Desenvolvimento”. Também representou a CTB o secretário internacional adjunto, Carlos Muller. O Fórum aprovou uma declaração onde, entre outros tópicos, afirma que “o modelo econômico global atual inerentemente e deliberadamente exclui muitas pessoas e trabalhadores. Isso destaca a importância do direito à subsistência e ao desenvolvimento, que deveriam ser garantidos, preferencialmente, para redefinir o modelo econômico gllobal em direção à inclusão, investimento produtivo e sustentabilidade. Nossa luta deve ser orientada pela premissa de que o atual modelo de desenvolvimento tem falhado miseravelmente com muitas pessoas e trabalhadores em todo o mundo”. Com informações do site da CTB.

O passado sangrento da Divisão Galícia da Waffen-SS

Em destaque, Mykhailo Khomiak, avô de Chrystia Freeland, atual vice-primeira ministra do Canadá. À direita está Emil Gassner, administrador de imprensa do governo geral nazista que governou a Polônia ocupada

Como prometemos na Súmula desta quarta-feira (4), segue o primeiro texto, com o título acima, traduzido do Suplemento organizado pelo Partido Comunista do Canadá (Marxista-Leninista) denunciando a homenagem a um veterano criminoso nazista da Waffen-SS prestada pelo parlamento do país. A publicação revela como a elite política do Canadá tem fortes laços com os herdeiros do nazifascismo. O objetivo do PCC (M-L), ao qual nos somamos, é “armar os jovens, bem como os trabalhadores amantes da paz” para que “possam acertar as contas com as tentativas de cometer fraude histórica”. Clique aqui e leia.

o alazão avança às flores decaídas (1) / chicote roça na Carruagem às Cinco Nuvens (2) / ela alça a persiana à pérola – sorriso / aponta ao longe a mansão rubra – é casa sua”.

Poema “A uma bela mulher no caminho”, do chinês Li Bai (701-762)

1- “Flor caída” era metáfora para cortesã / 2- Carruagem de entidades celestes na mitologia taoísta, aparece em poesia, metaforicamente, significando um veículo luxuoso / Tradução e notas de Ricardo Primo Portugal e Tan Xiao.

Autor