USP: Negociações avançam, mas alunos mantêm greve e protestam no MASP

Reitoria irá contratar 148 docentes de forma emergencial. O número de vagas será adicionado, posteriormente, ao plano de contratações de 879 professores, totalizando 1.027 cargos.

Foto: UEE São Paulo

Em greve por melhores condições e por contratações de novos professores, os alunos da USP decidiram manter as paralisações. A última reunião entre a reitoria e os estudantes, na quarta (4), apresentou avanços com indicativo de mais contratações e de que serão feitas de forma mais rápida para dar conta da demanda represada que fez com que disciplinas em diversas unidades fossem canceladas.

O encontro significou progresso sobre as demandas, depois das reuniões anteriores se mostrarem frustradas. Mais do que isso, provou que as reinvindicações dos estudantes são justas.

Como forma de não arredar pé no propósito e conseguir ainda mais apoio da sociedade, os estudantes realizaram na noite de quinta (5) uma manifestação na Avenida Paulista, que teve concentração em frente ao MASP.

Foto: UEE São Paulo

No ato os estudantes caminharam até a Praça Roosevelt, a 2,5 km de distância, realizaram uma aula pública sobre o levante indígena e manifestaram apoio à greve dos trabalhadores da Sabesp, Metrô e CPTM contra às privatizações propostas pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Os alunos ainda homenagearam os médicos que foram vítimas da violência urbana no Rio de Janeiro. Os mortos tinham ligação com a USP.

Avanço nas negociações

Entre os principais avanços a reitoria se comprometeu a contratar mais 148 docentes, além dos 879 do plano de contratações iniciado em 2022 e que já preencheu 238 dessas vagas.

Estes 148 docentes serão contratados de forma emergencial, portanto, de forma temporária em 45 dias. No entanto, a ideia é que esse mesmo número de vagas seja composto ao número de efetivos da proposta inicial, somando um total de 1.027 cargos.

Em levantamento, a Adusp (Associação de Docentes da Universidade de São Paulo) o déficit de professores chega a 1.042 desde 2014. Caso a proposta da reitoria se confirme, a reposição pode alcançar um número muito próximo ao das perdas – no entanto ainda será preciso avançar.

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Além disso, a reitoria se comprometeu a propor ao Conselho Universitário, até 2025, que cargos deixados vagos por falecimentos, aposentadorias ou exonerações sejam repostos imediatamente. Outra dezena de compromissos foram firmados pela reitoria, confira aqui, entre eles o de “assinar um termo de não represália ao final da greve, após vistoria”.

A próxima reunião entre estudantes e reitoria está marcada para a próxima segunda-feira (9), às 10 horas, para dar continuidade nas propostas estabelecidas e tratar sobre novos temas.