Brasil apresentará resolução que pede cessar-fogo humanitário

À frente do Conselho de Segurança da ONU, país busca equilíbrio fino para aprovar documento com o objetivo de estabelecer medidas relativas ao conflito entre Hamas e Israel

Lula conversa com presidente de Israel e pede corredor humanitário. Foto: Ricardo Stuckert

Na busca por soluções para os conflitos envolvendo o Hamas e Israel, o Brasil, que ocupa a presidência do Conselho de Segurança da ONU em outubro, está tentando fechar uma proposta consensual de resolução que responda aos interesses de palestinos, israelenses e potências internacionais. 

Ao mesmo tempo em que condena os “ataques terroristas do Hamas” e pede a libertação dos reféns israelenses, o texto deverá fazer um apelo para que o governo de Benjamin Netanyahu não dê prosseguimento ao ultimato para que palestinos saiam da Faixa de Gaza. Também pede a criação de um “cessar-fogo humanitário” e o acesso às agências da ONU às populações mais necessitadas. As informações foram publicadas pelo jornalista Jamil Chade, do UOL, e confirmadas por O Globo. 

A intenção do Itamaraty é costurar uma redação capaz de angariar o apoio dos Estados Unidos, Reino Unido e França — aliados de Israel —, além de Rússia, China e dos dois povos diretamente envolvidos. Segundo noticiado, a ideia é conseguir o equilíbrio fino entre a condenação aos atos do Hamas, a fim de obter o aval dos que se alinham a Israel e, ao mesmo tempo, cobrar medidas do governo de Tel Aviv para contemplar as posições de Rússia e China. 

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A versão mais recente do texto mencionado pede, ainda, o fim de medidas que levem à privação de itens básicos à sobrevivência das populações, tais como água, alimentos, suprimentos médicos, eletricidade e combustíveis. Além disso, salienta a importância de um mecanismo humanitário para a redução de conflitos e a necessidade de se evitar que o situação se alastre pela região, pedindo a todas as partes dedicação neste sentido. 

O texto final, que está passando por consultas internas, poderá ser apresentado ao Conselho de Segurança ainda nesta segunda-feira (16). Para que seja aprovada, a proposta de resolução precisará de nove votos de um total de 15 membros do Conselho — Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido e França são membros permanentes e têm poder de veto, o que impõe a necessidade de acomodar diferentes posições em relação à atual crise. 

Chade lembra que “a missão brasileira é das mais complicadas. Segundo diplomatas, nenhuma resolução é aprovada no Conselho de Segurança da ONU sobre a questão palestina desde 2016”. 

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Com agências

(PL)

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