Associação Médica Brasileira condena violência no conflito Israel-Palestina

Em meio à escalada do conflito, a ABMMD levantou voz contra a violência, defendendo uma resolução pacífica, a proteção de civis e assistência humanitária urgente.

Família de palestinos sentados sobre os escombros de um dos prédios destruídos em ataque aéreo israelense em Rafah, na Faixa de Gaza (12.10.23) | Foto: Abed Rahim Khatib/Anadolu via Getty Images

Em recente declaração, a Associação Brasileira de Médicas e Médicos pela Democracia (ABMMD) expressou profunda preocupação com a escalada do conflito entre Israel e Palestina. A associação condenou todas as formas de violência, independentemente da origem, e apelou a uma solução que priorize a paz e o respeito pelos direitos humanos para todas as partes envolvidas.

A ABMMD também se alinhou ao apelo global feito pela Federação Mundial de Associações de Saúde Pública, que reúne entidades sanitaristas de 130 países e representam cerca de 5 milhões de profissionais de saúde, instando o Conselho de Segurança das Nações Unidas a priorizar o resgate de vítimas civis no conflito no Médio Oriente.

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Na nota, publicada nesta terça-feira (17), a Associação enfatiza a perda de vidas inocentes, especialmente de civis, incluindo crianças, mulheres e idosos, e implora à comunidade internacional que dê prioridade à saúde e ao bem-estar tanto dos civis palestinianos inocentes como dos civis israelitas, apanhados no fogo cruzado deste conflito devastador. A ABMMD também reforça a necessidade urgente de assistência humanitária em Gaza, que está à beira de uma crise devido a uma grave falta de recursos essenciais.

A associação médica pede ainda um cessar-fogo imediato para evitar uma nova escalada e exige o “levantamento do bloqueio à Faixa de Gaza, garantindo o acesso da população a itens essenciais, como água, alimentos, medicamentos, energia e combustível, a criação de corredores humanitários para a livre circulação da população e o cuidado com a integridade dos profissionais de saúde e instalações médicas em Gaza.”

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A ABMMD reforça a importância da implementação da Resolução n.º 181 da ONU de 1947 e defende soluções definitivas que garantam um território unificado para o povo palestiniano “e a coexistência pacífica de dois estados, Israel e Palestina, respeitando o direito à autodeterminação, soberania e autonomia de ambos.”

Neste momento crítico, a ABMMD apela à comunidade internacional e às Nações Unidas para que atuem de forma decisiva para acabar com este ciclo de violência e sofrimento, promovendo a paz e a justiça na região. A associação reiterou o seu compromisso de defender a vida e construir um mundo mais justo, pacífico e democrático para todos.

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Leia a íntegra da nota abaixo:

Nota da ABMMD – Associação Brasileira de Médicas e Médicos pela Democracia sobre o Conflito Israel-Palestina

A ABMMD, Associação Brasileira de Médicas e Médicos pela Democracia, é uma entidade que tem como pilares fundamentais a defesa da paz, do humanismo, da ciência e da democracia. Nesse contexto, queremos expressar nossa profunda preocupação com o recente escalonamento do conflito entre Israel e a Palestina, que tem causado grande sofrimento à população civil, incluindo crianças e idosos, principalmente entre o povo Palestino, dado a disparidade de forças entre os dois lados do conflito.

Repudiamos veementemente qualquer forma de violência, independentemente de sua origem (Hamas e Massacre Israelense na Faixa de Gaza), e apelamos por uma solução que garanta a paz e o respeito aos direitos humanos de todos os envolvidos. É inadmissível que, no século 21, civis inocentes se tornem vítimas desse conflito. É também inadmissível que o povo Palestino continue sob a opressão e domínio de Israel há décadas, em uma política colonialista e de apartheid.

Nesse momento em que a atenção global se volta para a trágica situação na região, unimo-nos a todas as pessoas e entidades que clamam por paz, o fim da violência e soluções duradouras para esse conflito.

Exigimos medidas imediatas, como um cessar-fogo para evitar uma escalada ainda maior, o levantamento do bloqueio à Faixa de Gaza, garantindo o acesso da população a itens essenciais, como água, alimentos, medicamentos, energia e combustível, a criação de corredores humanitários para a livre circulação da população e o cuidado com a integridade dos profissionais de saúde e instalações médicas em Gaza.

Além disso, reiteramos a importância da adoção da Resolução da ONU Nº 181 de 1947 e a promoção de soluções definitivas que garantam um território unificado para o povo Palestino e a coexistência pacífica de dois estados, Israel e Palestina, respeitando o direito à autodeterminação, soberania e autonomia de ambos.

A ABMMD insta a comunidade internacional e a ONU a agirem com firmeza para pôr fim a este ciclo de violências e de sofrimento da população, promovendo paz e justiça na região.

Neste momento crítico, reafirmamos nosso compromisso com a defesa da vida e a construção de um mundo mais justo, pacífico e democrático para todos.

16 de outubro de 2023

ABMMD – Associação Brasileira de Médicas e Médicos pela Democracia

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