Como a CTB se tornou a segunda maior central sindical do Brasil

Dos mais de 1.400 sindicatos filiados à CTB, 964 estão regularizados junto ao ministério, representando uma base de 1,65 milhão de trabalhadores sindicalizados

Foto: divulgação/CTB

Fundada no final de 2007, a CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) está consolidada, quase 16 anos depois, como a segunda maior central sindical do País. É o que aponta o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), com base em seu Cadastro Nacional de Entidades Sindicais (CNES).

Dos mais de 1.400 sindicatos filiados à CTB, 964 estão regularizados junto ao ministério. Essas 964 entidades representam uma base de 1,65 milhão de trabalhadores sindicalizados – a segunda maior entre as centrais, atrás apenas da CUT.

Segundo Ronaldo Leite, secretário-geral da central, o avanço da base cetebista se intensificou nos últimos anos. A incorporação da CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil), em 2021, acelerou o crescimento.

“Desde a última aferição sindical em 2016, a CTB passou de 744 para 964 sindicatos filiados com atualização no Ministério do Trabalho, importando num incremento de quase 400 mil novos sindicalizados”, diz o dirigente.

Os números devem continuar a crescer. A CTB tem promovido uma força-tarefa para estimular a regularização de seus sindicatos que não estão registrados no CNES. De acordo com Leite, “são 240 sindicatos que já têm pedido de registro sindical e outros 200 que ainda não atualizaram sua filiação à CTB no CNES”.

Além disso, o cadastro oficial do MTE conta com 149 entidades que permanecem filiadas à CGTB. Com a atualização dos dados, parte desses sindicatos deve migrar para a base da CTB. “O processo de unificação entre as duas centrais está em curso”, explica Leite.

Mas, afinal, como a CTB alcançou a vice-liderança num universo de 15 centrais listadas pelo Ministério do Trabalho?

“O resultado obtido é fruto do trabalho árduo e da dedicação da direção nacional e seções estaduais da CTB”, analisa Adilson Araújo, presidente da central. Ele lembra que, após o golpe de 2016, a central resistiu à ofensiva contra a classe trabalhadora, marcada por retrocessos como a reforma trabalhista e a reforma da Previdência. O fim do imposto sindical, por exemplo, impôs uma “brutal redução das receitas” cetebistas.

“Enfrentamos uma intensa agenda de regressão do trabalho e muitas turbulências. Diante das adversidades, a CTB teve uma trajetória exitosa, pois cresceu e se consolidou”, diz Adilson. “É uma trajetória de muita luta e resistência – mas também de bons resultados, como os mais de 1.400 sindicatos filiados. O posto alcançado pelo CTB – de segunda maior e mais representativa central do Brasil – nos enche de orgulho.”

Ronaldo Leite acrescenta que a “justa política desenvolvida pela CTB” a transformou na “central que mais cresce no Brasil”. Cabe a ele, como secretário-geral, a missão de liderar a força-tarefa para que os sindicatos se mantenham em dia no CNES. Conforme a recente Portaria Nº 3.472 do MTE, um sindicato que estiver com os dados do mandato de sua direção “vencidos” por mais de oito anos poderá perder o registro.

Para Adilson, é hora de reforçar ainda mais o lema da CTB – “A Luta É Nossa Identidade!”. A meta da central é buscar mais filiações. “Seguimos conscientes de que a crise gera oportunidades – e de que o ambiente político pode criar novas perspectivas para o sindicalismo classista”, avalia o presidente da CTB. “Nossa luta segue conectada à importância da unidade mais ampla do movimento sindical brasileiro, dando nova energia para as batalhas da classe trabalhadora.”

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