EUA autorizam FBI a colaborar com PF no esquema das joias do governo Bolsonaro

Pedido de diligências prevê quebra de sigilos bancários de Jair Bolsonaro, da ex-primeira-dama Michelle, do ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, e também de seu pai, o general Mauro César Cid.

Joias dadas de presente pelo governo da Arábia Saudita ao ex-presidente Jair Bolsonaro que ficaram retidas na alfândega | Foto: Reprodução/Fantástico

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos, em Washington, concedeu plena autorização para a colaboração policial internacional na investigação do suposto esquema ilegal de venda das joias sauditas recebidas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro durante sua gestão, e que faziam parte do acervo presidencial brasileiro. As informações são do jornalista César Tralli, da TV Globo.

A documentação elaborada pela Polícia Federal (PF) brasileira foi devidamente validada pelo governo americano, permitindo a participação do FBI, a PF dos EUA, nas apurações de crimes como lavagem de dinheiro, ocultação de valores, apropriação indevida e falso testemunho.

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A cooperação internacional também inclui a ida de uma equipe da PF brasileira nas próximas semanas para acompanhar as diligências solicitadas em solo americano, demonstrando o comprometimento mútuo na resolução desse caso. Isso implica que os envolvidos no esquema possam enfrentar investigações e possíveis processos no território dos Estados Unidos, além das ações legais no Brasil.

O pedido de colaboração, que foi integralmente aprovado, abrange diversas ações, incluindo a quebra de sigilo bancário de diversas contas de pessoas físicas e jurídicas, incluindo o ex-presidente Bolsonaro e outros nomes ligados ao caso, como o do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, o general Mauro César Cid (pai de Mauro Cid); e a ex-primeira dama, Michelle Bolsonaro.

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Também estão previstas diligências em joalherias nos estados da Flórida, Nova York e Pensilvânia; levantamentos de dados sobre imóveis pertencentes aos investigados e a tomada de depoimentos de testemunhas e suspeitos envolvidos no esquema.

De acordo com a investigação da PF, os ex-assessores e aliados de Bolsonaro, teriam negociado a venda das joias e relógios a joalherias americanas. Um dos principais suspeitos nesse processo segue sendo Mauro Cid e seu pai.

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Segundo a reportagem do Globo, o departamento de Justiça americano já expediu ofícios ao sistema financeiro e ao FBI para coletar dados e documentos essenciais para a investigação, colaborando com as autoridades brasileiras. Espera-se que as primeiras remessas de material cheguem nas próximas semanas, para análise dos peritos da PF no Brasil. Enquanto isso, a direção da corporação em Brasília finaliza os preparativos para envio de equipe da PF aos EUA.

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As joias dadas à presidência e postas à venda no suposto esquema, incluem:

Um conjunto da marca Chopard em uma caixa de couro, revestido de veludo, contendo um colar de ouro branco com bolsas de pingentes, todos almejados em diamantes. Além disso, o conjunto inclui um par de brincos, um anel e um relógio de pulso, todos feitos em ouro e pedras preciosas. Esses itens foram um presente da Arábia Saudita ao governo brasileiro.

Um segundo conjunto, também com relógios, joias e abotoaduras em ouro, chegou ao Brasil com a mesma comitiva em 2021, mas não foi barrado.

Já um terceiro pacote, recebido em 2019, continha um relógio Rolex, uma caneta da marca Chopard prateada; um par de abotoaduras em ouro branco, com brilhante cravejado no centro; um anel em ouro branco com um diamante no centro e outros em forma de “baguete” ao redor , bem como uma masbaha, um tipo de rosário árabe, feito de ouro branco e com pingentes cravados em brilhantes.

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com informações de agências

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