Guterres apela pela união de forças parar deter a crise em Gaza

O secretário-geral da ONU insistiu na necessidade de um cessar-fogo humanitário imediato, da libertação incondicional de todos os reféns e da entrega de ajuda humanitária

Guterres na fronteira de Rafah

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Antonio Guterres, apelou neste domingo (29) pela união de forças para pôr fim ao pesadelo do conflito em Gaza, onde a situação se torna mais desesperadora.

“Lamento que, em vez de uma pausa humanitária criticamente necessária e apoiada pela comunidade internacional, Israel tenha intensificado as suas operações militares”, disse o chefe da ONU em declarações à imprensa a partir do Nepal, para onde viajou este fim de semana.

Guterres insistiu na necessidade de um cessar-fogo humanitário imediato, da libertação incondicional de todos os reféns e da entrega de ajuda humanitária sustentada numa escala que satisfaça as necessidades do povo de Gaza.

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Nesse sentido, descreveu o número de mortos e feridos civis no enclave como inaceitável. “Mais de dois milhões de pessoas, sem nenhum lugar seguro para ir, são privadas dos bens essenciais da vida – comida, água, abrigo e cuidados médicos – enquanto são sujeitas a bombardeamentos implacáveis”, disse ele.

“Todas as partes devem respeitar as suas obrigações ao abrigo do direito humanitário internacional”, enfatizou.

O alto representante diz que as leis da guerra estabelecem regras claras para proteger a vida humana e respeitar as preocupações humanitárias; estas leis não podem ser distorcidas por uma questão de conveniência.

Guterres apelou aos esforços políticos conjuntos de todos os responsáveis. “Devemos unir forças para acabar com este pesadelo para o povo de Gaza, Israel e todos os afetados em todo o mundo, incluindo aqui no Nepal”, reconheceu.

Em relação à sua visita àquela nação, o chefe da ONU lamentou a morte de 10 estudantes nepaleses que morreram durante os ataques do Hamas em Israel em 7 de outubro, ao mesmo tempo que enviou os seus melhores votos pelo regresso seguro de Bipin Joshi, um dos desaparecidos.

O diplomata português anunciou que durante a sua estadia no Nepal irá visitar os Himalaias para ver o terrível impacto da crise climática nos glaciares.

“A situação é grave e está a acelerar. O Nepal perdeu cerca de um terço do seu gelo em pouco mais de trinta anos. E os glaciares estão a derreter a um ritmo recorde”, alertou.

Ele também anunciou uma viagem a Pokhara e Lumbini “para refletir sobre os ensinamentos do Senhor Buda sobre paz e não-violência, que são mais relevantes do que nunca em nosso mundo profundamente conturbado”.

O objetivo da sua visita centra-se em explorar como as Nações Unidas e o Nepal podem trabalhar ainda mais juntos para resolver problemas, melhorar as perspectivas e aumentar o apoio internacional.