Manifesto pede cessar-fogo e corredor humanitário em Gaza

O manifesto de jornalistas e escritores expressa a dor pelas mortes de inocentes e apoia a atuação do governo brasileiro no Conselho de Segurança da ONU

Os sindicatos dos Escritores e dos Jornalistas do Estado de São Paulo divulgaram um manifesto pela paz, pedindo cessar-fogo e a abertura imediata de um corredor humanitário para Gaza. O manifesto expressa a dor pelas mortes de inocentes e apoia a atuação do governo brasileiro no Conselho de Segurança da ONU “em intensas negociações diplomáticas para pressionar por um cessar-fogo, a renúncia de Benjamin
Netaniahu e a libertação dos reféns de ambos os lados, seguidos da imediata retomada das
negociações pela paz com o reconhecimento do Estado Palestino ao lado do Estado de Israel”.

O manifesto também se solidariza com o secretário-geral da ONU, cuja cabeça foi pedida pelo chanceler
israelense, depois da mais corajosa de suas declarações desde que assumiu o posto. “Assim sendo,
concordamos plenamente com as palavras de Antônio Guterres que aludem aos ´56 anos de uma
sufocante ocupação israelense”.

Leia a íntegra:

MANIFESTO PELA PAZ NO ORIENTE MÉDIO
Cessar-fogo e corredor humanitário já! Fim do massacre em Gaza !

Expressamos a nossa dor pela perda de quase 9.000 vidas dos dois lados da fronteira e do muro que
hoje separa israelenses e palestinos e somamos nossa voz à de milhões de manifestantes que
tomaram as ruas por todo o planeta para exigir que o atual governo de Israel pare o sistemático
bombardeio que perpetra na região há mais de duas semanas ininterruptamente.

Lar de 2,2 milhões de palestinos, hoje Gaza se tornou um território calcinado com 40% de todas as
unidades residenciais destruídas, com os hospitais, igrejas, mesquitas, escolas, centros de
atendimento da ONU total ou parcialmente arrasados por mísseis atirados de caças israelenses.

Quando o cerco impede aos moradores de Gaza o acesso à água e alimentos, quando o impedimento
da entrada de combustíveis já levou – por suspensão do fornecimento de energia por geradores – ao
colapso de todo o sistema de saúde da Faixa, o terror e a morte rondam a existência de todos, pais,
mães, filhos e filhas.

Leia também: Palestinos exigem fim da agressão e ajuda humanitária para Gaza

Os pais escrevem os nomes dos filhos nas palmas de suas mãos para que – caso venham a falecer fora
de casa, sob as bombas atiradas pelas forças de ocupação israelenses – possam ter seus corpos
identificados para os funerais.

Sob um bombardeio que desafia a condição humana, 19 jornalistas palestinos já foram assassinados
ao exporem um genocídio que é, pela primeira vez em toda a História, perpetrado diante das câmeras
de TV, chegando a todos os lares do mundo, clamando por um cessar-fogo imediato.

Nos dias dramáticos de hoje, ninguém, em toda a Humanidade, pode dizer: “Eu não sabia”.

Ao tempo em que expressamos nossa dor diante das 1.400 mortes de israelenses pela incursão do
Hamas em Israel no dia 7 de outubro, afirmamos nosso mais veemente repúdio a um genocídio
perpetrado por Israel a pretexto de retaliação.

Manifestamos nossa solidariedade ao secretário-geral da ONU, cuja cabeça foi pedida pelo chanceler
israelense, depois da mais corajosa de suas declarações desde que assumiu o posto. Assim sendo,
concordamos plenamente com as palavras de Antônio Guterres que aludem aos “56 anos de uma
sufocante ocupação israelense”.

Apoiamos também e com entusiasmo a atuação do governo brasileiro, seja no resgate de centenas de
compatriotas que se viram sob cerco em Gaza, seja à frente do Conselho de Segurança da ONU e em
intensas negociações diplomáticas para pressionar por um cessar-fogo, a renúncia de Benjamin
Netaniahu e a libertação dos reféns de ambos os lados, seguidos da imediata retomada das
negociações pela paz com o reconhecimento do Estado Palestino ao lado do Estado de Israel.

Almejando a interrupção do massacre destes dias terríveis, ficamos com a descrição do horror pela
nossa colega, a poeta e romancista palestina, morta, sob bombardeio, em Gaza, Heba Abu Nada:

A noite da cidade é escura, exceto pelo brilho dos mísseis/ silenciosa, exceto pelo som dos
bombardeios / Se morrermos, saibam que estamos firmes e digam ao mundo, em nosso nome,
que somos pessoas justas, do lado da verdade

Sindicato dos Escritores do Estado de São Paulo
Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo
Federação Nacional dos Jornalistas
Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil


Autor