Comércio aposta no maior aumento de vagas temporárias de Natal em 10 anos

Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo aponta para a possibilidade de preenchimento de 108,5 mil vagas, aumento de 5,6% em relação ao ano passado

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

A melhoria no cenário econômico nacional pode fazer com que o varejo brasileiro tenha, no período do Natal, o maior número de contratações de trabalhadores dos últimos dez anos, com o preenchimento de 108,5 mil vagas. Se confirmado, será o maior desde 2013, quando 115,5 mil pessoas ocuparam vagas temporárias. O número representa um crescimento de 5,6% em relação ao ano passado.

O presidente da CNC, José Roberto Tadros, avalia que o cenário é promissor para o comércio brasileiro este ano. “Além do aumento das vendas, o sentimento de confiança também está relacionado à recuperação econômica e às melhores condições de consumo, proporcionando oportunidades significativas para os trabalhadores temporários neste período festivo”, diz Tadros.

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Outro dado positivo relativo ao setor diz respeito à possibilidade de efetivação desses trabalhadores temporários. “Com a expectativa de melhora das condições de consumo, a CNC projeta uma taxa de efetivação dos trabalhadores temporários de 14,2% após o Natal deste ano, ligeiramente superior frente ao ano passado, quando o varejo efetivou 12,3% dos contratados”, analisa o economista da CNC Fabio Bentes.

O segmento de hiper e supermercados é o que mais deve contratar temporários, abrindo 45,47 mil vagas, seguido por vestuário e calçado, com 25,17 mil; utilidades domésticas e eletroeletrônicos, com 15,98 mil; livrarias e papelarias, com 9,31 mil; e móveis e eletrodomésticos, com 5,7 mil vagas. 

Apesar de hiper e supermercados concentrarem a maior parte das vagas, é o segmento de vestuário que mais é beneficiado proporcionalmente pelo Natal. Enquanto o faturamento nos mercados cresce 34% entre novembro e dezembro, nas lojas de vestuário o salto é de 90%. 

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Ainda de acordo com a CNC, “o salário médio de admissão deve alcançar R$ 1.605, um avanço de 1%, em termos nominais, comparado ao mesmo período do ano passado, quando a remuneração média ficou em R$ 1.596. O maior salário médio de admissão pode ser encontrado nas lojas especializadas na venda de produtos de informática e comunicação (R$ 2.509), seguidas pelo ramo de artigos de uso pessoal e doméstico (R$ 1.670). Contudo, esses segmentos deverão responder por apenas 16% das vagas totais”. 

As estimativas têm como base aspectos sazonais das admissões e desligamentos no comércio varejista, registrados mensalmente pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego. 

(PL)

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