Desemprego cai para 7,7%, o menor desde último trimestre de 2015

Além disso, saldo de empregos formais nos 9 primeiros meses é de 1,59 milhão e massa de rendimento real bate novo recorde, crescendo 2,7% frente ao trimestre anterior

Foto: Ricardo Stuckert

A economia brasileira segue dando sinais de recuperação que se refletem diretamente na vida do povo. Dois dos mais recentes dizem respeito ao mundo do trabalho. O desemprego caiu de 8% no segundo trimestre deste ano para 7,7% no terceiro, encerrado em setembro, menor nível desde o último trimestre de 2015 — no terceiro trimestre de 2022, o índice era um ponto percentual maior, 8,7%. Além disso, nos primeiros nove meses de 2023, o Brasil teve saldo de 1,59 milhão de novos empregos com carteira assinada. 

As informações são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), divulgadas nesta segunda-feira (30). 

Segundo o IBGE, a população desempregada ficou em 8,3 milhões no terceiro trimestre deste ano, 3,8% abaixo do trimestre anterior e 12,1% a menos do que o terceiro trimestre de 2022. Por outro lado, a população ocupada atingiu o maior contigente registrado na série histórica, iniciada em 2012: são 99,8 milhões de cidadãos, alta de 0,9% em relação ao trimestre anterior. 

Leia também: Um ano após vitória eleitoral, Lula comemora a volta da normalidade no país

Também houve alta, de 1,6%, no número de empregados com carteira de trabalho no setor privado, chegando a 37,4 milhões no trimestre — o aumento foi de 3% comparando com igual período do último mandato de Jair Bolsonaro. 

A situação mostrada pelo IBGE vai ao encontro do que foi anunciado pelo MTE e comemorado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Boa notícia. Nos primeiros nove meses de 2023, o Brasil teve saldo de 1,59 milhão de novos empregos com carteira assinada, segundo o Novo Caged. Com isso, chegamos em setembro deste ano ao patamar de 44 milhões de pessoas com empregos formais, o maior patamar já registrado. Nosso compromisso sempre foi com a geração de novos empregos, para que as pessoas possam viver de forma digna com suas famílias”, disse Lula pelas redes sociais. 

Leia também: Boletim Focus volta a prever inflação menor para 2023

De acordo com Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, “a queda na taxa de desocupação foi induzida pelo crescimento expressivo no número de pessoas trabalhando e pela retração de pessoas buscando trabalho no terceiro trimestre de 2023”. 

A população desalentada, estimada em 3,5 milhões de pessoas pelo IBGE, caiu 4,6% ante o trimestre anterior (menos 168 mil pessoas) e 17,7% (menos 755 mil pessoas) no ano. Foi o menor contingente desde o trimestre encerrado em setembro de 2016 (3,5 milhões). O percentual de desalentados na força de trabalho (3,1%) caiu 0,2 ponto percentual no trimestre e recuou 0,6 p.p. no ano, menor taxa desde o trimestre encerrado em julho de 2016 (3,1%).

Aumento nos rendimentos

Ainda segundo o IBGE, o rendimento real habitual (R$ 2.982) cresceu 1,7% no trimestre e 4,2% no ano. A massa de rendimento real habitual (R$ 293 bilhões) atingiu novo recorde da série histórica, crescendo 2,7% frente ao trimestre anterior e 5% na comparação anual.

“Na comparação com o trimestre anterior, houve aumento no rendimento médio dos empregados com carteira no setor privado, empregados no setor público e trabalhadores por conta própria. Entre as atividades, houve expansão significativa do rendimento dos trabalhadores da indústria e da administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais”, explica Beringuy.

A pesquisadora argumenta, ainda, que “diante de uma expansão da população ocupada, temos como resultado o aumento da massa de rendimento real. Essa alta pode ter influência da maior participação de trabalhadores formais no mercado de trabalho, que têm, em média, rendimentos maiores”. 

Atividades econômicas

A atividade econômica que mais registrou aumento de ocupados em relação ao trimestre móvel anterior, segundo o IBGE, foi Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas, com  3,5% de elevação, ou 420 mil pessoas a mais. 

Já em relação ao terceiro trimestre do ano passado, foram observadas altas nos grupamentos de transporte, armazenagem e Correios (4,3%), informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (5,2%) e administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (3,9%). 

Houve recuo no pessoal ocupado nos grupamentos de agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (-3,8%) e outros serviços (-4,5%). 

Caged

De acordo com o Caged, considerando apenas o mês de setembro, o saldo de emprego formal foi de 211.764 postos de trabalho. Houve 1.917.057 admissões e 1.705.293 desligamentos. O saldo positivo no mês foi verificado nos cinco grandes grupamentos de atividades econômicas e nos 27 estados da federação.

Entre os setores, o maior crescimento, 46%, ocorreu no de serviços, com um saldo positivo de 98.206 postos formais no mês, com destaque para informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas, que teve um saldo positivo de 41.724. Nesse segmento, destacam-se a administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais — com saldo de 20.383 — e alojamento e alimentação, com 16.642 postos. 

O segundo maior gerador foi o comércio, com 43.465 postos de trabalho no mês, sendo destaques o comércio varejista, hipermercados e comércio varejista de produtos farmacêuticos.

A indústria veio em seguida, com saldo de 43.214 postos de trabalho e a Construção Civil, com saldo de 20.941 empregos. A Agropecuária foi o setor de menor geração no mês, com saldo positivo de 5.942 postos formais.

Com informações do IBGE e MTE