Gaza: Acordo entre Israel e Hamas foi uma conquista da resistência

Mais: Lula – Guerra é fruto de décadas de injustiça / Em Pequim, países árabes exigiram fim dos “crimes de Israel” / Hezbollah intensifica ataques e Turquia sobe o tom.

O acordo anunciado nesta terça-feira (21) entre o Hamas e o Estado de Israel, que prevê um cessar-fogo de quatro dias, a libertação de 50 reféns israelenses em posse do Hamas, de 150 reféns palestinos em posse do Estado de Israel, a entrega de ajuda humanitária em Gaza, entre outros pontos, é uma clara vitória da resistência do martirizado povo palestino. Afinal, a desproporção de forças entre o milionário estado nuclear de Israel, armado até os dentes com o que existe de mais moderno e os combatentes palestinos, é abissal. Quando Israel começou, nesta nova fase, uma ofensiva contra Gaza, o discurso dos dirigentes sionistas era de negar qualquer possibilidade de cessar-fogo ou negociações. Muitos analistas apostavam em um rápido desfecho, a favor de Israel. O espírito indômito dos palestinos desmentiu essas previsões. Israel deixa claro que retomará a ofensiva logo após o cessar-fogo. Portanto, a vitória da resistência pode ser parcial e provisória, mas existe. Durante estes quatro dias, a pressão internacional, que vem em um crescendo, como mostram as próximas notas, será muito forte no sentido de que não se retome a matança. Pelo mundo, a expectativa é a de que os protestos em defesa da Palestina continuem ocorrendo massivamente. Mesmo assim, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, em declaração à mídia israelense, prometeu que após os quatro dias de cessar-fogo a guerra continuará até a “eliminação do Hamas”, “são homens mortos”, acrescentou Netanyahu. É, sem dúvida, uma ameaça a ser levada a sério, mas recordemos que o presidente estadunidense Lyndon Johnson jurava de pés-juntos que os vietcongs jamais chegariam a Hanói, que Bush prometeu varrer os Talibãs do Afeganistão, que Obama declarou que Bashar al-Assad estava com os “dias contados” na Síria, demonstrando que as declarações arrogantes dos senhores da guerra podem ser desmoralizadas pelo heroísmo da luta dos povos, como aliás, já provou sobejamente o próprio povo palestino, que derrota todas as ameaças sionistas, feitas durante os últimos 70 anos, de que a resistência será eliminada.

Lula: Guerra atual é fruto de décadas de injustiças contra a Palestina

Os países do BRICS divulgaram, nesta terça-feira, um comunicado que pede uma trégua humanitária imediata entre Israel e o Hamas, o fim das hostilidades e a apuração de crimes de guerra na faixa de Gaza. O comunicado foi resultado de uma cúpula extraordinária virtual do grupo, convocada pelo presidente pro tempore do BRICS, o mandatário da África do Sul, Cyril Ramaphosa. O texto condena, ainda, qualquer tipo de transferência forçada e deportação individual ou em massa de palestinos de suas próprias terras. “A transferência forçada e a deportação de palestinos, seja dentro de Gaza ou para países vizinhos, constituem graves violações das Convenções de Genebra e crimes de guerra e violações do direito internacional humanitário“, destaca o texto. O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva valorizou o papel do BRICs e criticou a “paralisia” do Conselho de Segurança da ONU em se posicionar pelo cessar-fogo. “Só em 15 de novembro último, mais de 40 dias depois do início dos conflitos, o Conselho de Segurança finalmente aprovou uma resolução que foca em um dos objetivos mais essenciais de toda ação humanitária: a proteção de crianças“. Por fim, o líder brasileiro destacou a necessidade do reconhecimento de um Estado palestino viável, com fronteiras seguras e mutuamente reconhecidas: “Não podemos esquecer que a guerra atual também decorre de décadas de frustração e injustiça, representadas pela ausência de um lar seguro para o povo palestino. É fundamental acompanhar com atenção a situação na Cisjordânia, onde os assentamentos ilegais israelenses continuam a ameaçar a viabilidade de um Estado palestino.” A Iniciativa Árabe para a Paz, apresentada pela Arábia Saudita e adotada pela Liga Árabe em 2002, segundo ele, parece um excelente ponto de partida. Com informações da Agência Brasil e Sputnik News.

Reunidos em Pequim, países árabes exigiram fim dos “crimes de Israel”

Foto: REUTERS/Florence Lo-Pool

Nesta segunda-feira (20), representantes de países árabes e mulçumanos reuniram-se em Pequim com o ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi e discutiram o massacre promovido por Israel contra o povo palestino. Wang Yi recebeu os ministros de Relações Exteriores da Palestina (Riyad al Maliki), da Arábia Saudita (Faisal bin Farhan Al Saud), do Egito (Sameh Hassan Shoukry), da Indonésia (ministra Retno Marsudi), da Jordânia (Ayman Safadi), representantes da Organização de Cooperação Islâmica, entre outros. O ministro chinês declarou que “a China sempre apoiou firmemente a causa justa do povo palestino para restaurar seus direitos e interesses legítimos. A China está do lado da equidade e justiça neste conflito“, e reafirmou a defesa da existência do Estado Palestino. A delegação árabe-mulçumana destacou que é preciso “parar o desastre humanitário”, e denunciou que Israel está cometendo crimes contra a humanidade. O representante palestino acrescentou que Israel quer “eliminar todos os palestinos”. Wang reiterou que, para a China, a “máxima prioridade é implementar plenamente as resoluções pertinentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas e alcançar um cessar-fogo imediato (…) É uma questão de vida ou morte para o povo de Gaza. É a necessidade atual do povo de Gaza, o desejo da grande maioria dos países e a voz unânime de todos os povos amantes da paz em todo o mundo“, disse o diplomata chinês, que igualmente expressou sua oposição a “qualquer deslocamento forçado e realocação de civis palestinos“. O ministro dos Negócios Estrangeiros egípcio, Sameh Shoukry, disse ao seu homólogo chinês: “Esperamos um papel mais forte por parte de grandes potências como a China, a fim de impedir os ataques contra os palestinosInfelizmente, existem países importantes que dão cobertura aos atuais ataques israelenses.” Com informações das agências EFE e Reuters.

Hezbollah intensifica ataques contra Israel e Turquia sobe o tom

O Hezbollah do Líbano divulgou um vídeo que mostra o momento de um de seus ataques contra tropas israelenses na linha de separação com os territórios ocupados. Trata-se de uma operação que o Movimento de Resistência Islâmica do Líbano (Hezbollah) lançou contra uma concentração de soldados sionistas na região de Al Manara, próxima à linha de separação entre o sul do Líbano e os territórios palestinos ocupados por Israel. O Hezbollah, além disso, derrubou, no sábado (18), um drone israelense, Hermes 450, com um míssil terra ar na parte sul do território libanês e no dia anterior realizou pelo menos 13 ataques em 24 horas contra alvos militares israelenses, incluindo bases, quartéis das forças armadas e veículos blindados. Enquanto isso, a Turquia sobe o tom. Depois do presidente Recep Tayyip Erdogan ter qualificado Israel como um “Estado terrorista”, o Ministro dos Assuntos Exteriores da Turquia declarou, no domingo (19) que o país poderia a recorrer a “meios não diplomáticos” para impedir o massacre em Gaza, sem especificar quais seriam esses meios. “Os israelenses estão bombardeando hospitais e escolas e deslocando pessoas, seu objetivo é que não haja vida em Gaza. A Turquia está utilizando a diplomacia para encerrar o bloqueio na Faixa de Gaza, mas não descarta recorrer a ‘outros meios’ se esses métodos não funcionarem. Atualmente, estamos empregando meios diplomáticos para romper o bloqueio [de Gaza]. No entanto, existem outros meios se esses não surtirem efeito“, declarou.

A campanha consistia num explícito pedido de voto feito ao eleitor; não pedir era considerada uma atitude de arrogância fora das regras, sobretudo porque o voto era dado como favor em troca de benefícios. Plauto dizia que ‘o povo vota nos que o solicitam’ (…) No Fórum, era executado o ritual da prensatio (aperto de mão), que consistia em apertar a mão a todas as pessoas aí presentes, suplicando (literalmente) o favor do voto. Tudo valia, desde as palavras de elogio até promessas de favores que muitas vezes não podiam ser cumpridas.”

António Carlos Prestes Gonçalves Rocha da Silva, historiador da Universidade de Lisboa, descrevendo um dos aspectos da campanha eleitoral na Roma antiga, por volta do século I A.E.C.

Autor