Reações internacionais ao acordo de trégua em Gaza expressam esperança

Lula vê o acordo como uma oportunidade para “pavimentar” a paz e resgatar 86 brasileiros e parentes de Gaza.

Brasil tem esperança que trégua facilite resgate de 86 brasileiros e parentes de Gaza. Foto: Paulo Pinto/ABr

O anúncio do acordo de trégua humanitária entre Israel e o grupo armado em Gaza gerou uma variedade de reações internacionais, refletindo a complexidade e as diferentes perspectivas sobre o conflito. Líderes de diversas partes do mundo compartilharam suas opiniões sobre o cessar-fogo, destacando esperanças de paz, preocupações com o futuro e a necessidade de ajuda humanitária.

As reações internacionais ilustram a complexidade e as diferentes perspectivas sobre o conflito, destacando a necessidade de esforços contínuos para promover a paz e aliviar o sofrimento das pessoas afetadas na região.

Do Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva saudou o acordo durante a Cúpula Virtual do G20. Expressando esperança de que o pacto “pavimente o caminho para uma saída política e duradoura para este conflito”, Lula destacou a importância da retomada do processo de paz entre Israel e Palestina.

Ele falou durante a Cúpula Virtual do G20, que marcou o fim da presidência da Índia do bloco e a posse do Brasil no grupo que reúne 19 das maiores economias do mundo e a União Europeia. A União Africana também tornou-se membro permanente, em agosto, na Índia. “Rivalidades geopolíticas persistem, a economia global desacelera e as consequências das mudanças climáticas se sucedem. O recrudescimento do conflito no Oriente Médio vem somar-se às múltiplas crises que já enfrentávamos”, disse Lula na cúpula de hoje.

O governo brasileiro também conta com a facilitação, durante a trégua, para o resgate das 86 pessoas, entre brasileiros e parentes de brasileiros, que estão na Faixa de Gaza e que desejam sair da zona de conflito no Oriente Médio com destino ao Brasil. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, a lista já foi enviada ao Egito e Israel para autorizem a saída dessas pessoas do enclave palestino. A saída de estrangeiros tem sido feita aos poucos, com cerca de 600 autorizações por dia. Isso quando não há interrupções na fronteira de Rafah, que liga Gaza ao Egito.

A Operação Voltando em Paz, do governo federal, organizou dez voos da região do conflito para repatriar brasileiros e familiares. A maioria saiu de Tel-Aviv, em Israel, um grupo saiu de Amã, na Jordânia, sendo repatriados do território palestino da Cisjordânia ocupada. O último grupo, com 32 pessoas, deixou a Faixa de Gaza após mais de um mês de tensão e angústia. Ao todo, a operação transportou 1.477 pessoas e 53 animais domésticos. Do total, foram 1.462 brasileiros, 11 palestinos, três bolivianas e uma jordaniana.

China, Mao Ning, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores: O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, expressou esperança de que o acordo contribua para aliviar a crise humanitária, promovendo a redução dos conflitos e aliviando as tensões na região.

União Europeia, presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen: A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que a Comissão fará tudo ao seu alcance para aproveitar a pausa proporcionada pelo acordo para aumentar a assistência humanitária em Gaza.

Egito, presidente Abdel Fattah al-Sisi: O presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, saudou o sucesso da mediação realizada junto ao Qatar e aos Estados Unidos, destacando a importância da “troca de reféns por prisioneiros” como parte do acordo.

França, Catherine Colonna, ministra dos Negócios Estrangeiros: A ministra francesa dos Negócios Estrangeiros, Catherine Colonna, expressou a esperança de que cidadãos franceses estejam entre os primeiros reféns a serem libertados.

Human Rights Watch, Omar Shakir, diretor de Israel e Palestina: O diretor de Israel e Palestina da Human Rights Watch, Omar Shakir, saudou o acordo como um passo bem-vindo após as “atrocidades em massa” das últimas semanas. Ele reiterou a condenação aos crimes de guerra, destacando que “os seres humanos não são moeda de troca.”

Irã, ministro das Relações Exteriores, Hossein Amirabdollahian: O Irã anunciou que o ministro das Relações Exteriores, Hossein Amirabdollahian, iniciará uma viagem regional, começando pelo Líbano, como parte dos esforços diplomáticos para lidar com a situação em Gaza.

Israel, governo israelense e Ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir: O governo israelense afirmou sua obrigação de devolver todos os reféns, enquanto o Ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, criticou o acordo, considerando-o um “precedente perigoso” e alertando sobre suas possíveis consequências.

Jordânia, ministro das Relações Exteriores, Ayman Safadi: O ministro das Relações Exteriores da Jordânia expressou consternação com o cessar-fogo, enfatizando a necessidade de um “plano mais amplo para Gaza” e alertando contra o risco de limpeza étnica.

Palestina, secretário do Comitê Executivo da OLP, Hussein al-Sheikh: O secretário da OLP expressou apoio ao acordo de trégua humanitária, pedindo a cessação abrangente da agressão israelense e enfatizando a necessidade de ajuda humanitária e uma solução política.

Catar, primeiro-ministro Sheikh Mohammed bin Abdulrahman Al Thani: O primeiro-ministro do Catar, Sheikh Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, expressou esperança de que o acordo estabeleça as bases para uma solução duradoura, pondo fim à guerra e iniciando conversações para um processo de paz abrangente e justo.

Rússia, porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov: O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, saudou o acordo como a “primeira boa notícia em muito tempo” e destacou a importância de pausas humanitárias para construir futuras tentativas de acordo sustentável.

Arábia Saudita, ministro das Relações Exteriores, Príncipe Faisal bin Farhan Al Saud: O ministro saudita das Relações Exteriores enfatizou a necessidade de sustentar e ampliar a ajuda humanitária, condenando qualquer punição à população civil de Gaza.

Turquia, presidente Tayyip Erdogan: O presidente turco, Tayyip Erdogan, considerou a possibilidade de visitar o Egito para colaborar na obtenção de mais ajuda para os feridos em Gaza, instando o mundo islâmico a agir em unidade e solidariedade.

Reino Unido, ministro das Relações Exteriores, David Cameron: O ministro britânico das Relações Exteriores, David Cameron, classificou o acordo como um “passo crucial” para fornecer ajuda às famílias dos reféns e resolver a crise humanitária em Gaza.

Estados Unidos, presidente Joe Biden e Secretário de Estado Anthony Blinken: O presidente dos EUA, Joe Biden, saudou o acordo, agradecendo ao Catar e ao Egito por seus esforços. O Secretário de Estado Anthony Blinken aplaudiu o papel dos EUA no acordo, enfatizando a necessidade de implementação total.

Vaticano, Papa Francisco: O Papa Francisco, após reuniões separadas com familiares de reféns israelenses e palestinos, denunciou o conflito como “terrorismo”. Ele pediu orações pela paz e expressou sua esperança de que o acordo pavimente o caminho para uma solução duradoura.

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