Brasil reforça compromisso ambiental na COP28, em Dubai

Protagonismo em questões ambientais está no foco central da participação do Brasil na Cúpula do Clima da ONU. Conferência começa nesta sexta-feira, 1º/12

Lula e Marina em divulgação de plano de combate ao desmatamento na Amazônia: ministra é uma das auxiliares que participa da COP-28, em Dubai  | Foto: Ricardo Stuckert/PR

Esta semana marca o início da série de agendas internacionais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com destaque para sua participação na 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2023, a COP28, que terá início nesta sexta-feira (1º/12) em Dubai, nos Emirados Árabes. Com a presença de 197 países e mais de 200 líderes internacionais, a COP28 promete ser um marco na busca por soluções eficazes para mitigar os efeitos do aquecimento global.

O foco desta edição da Cúpula é traduzir os compromissos climáticos em ações concretas e progressos tangíveis. Este encontro também ganha importância pela oficialização do primeiro Balanço Global do Acordo de Paris desde sua assinatura em 2015. O relatório de síntese lançado em setembro revelou um “duro retrato” dos atuais esforços globais pelo clima, mas apresentou detalhes sobre como os governos podem e devem agir daqui para frente.

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Na COP28, os países têm a tarefa crucial de apresentar um plano de resposta a esse Balanço Global. Com o planeta enfrentando impactos sem precedentes, como incêndios florestais, enchentes catastróficas e ondas de calor extremo, o momento é crucial para a elevação da ambição climática global.

Os principais pontos de discussão na COP28 incluem a transição para energia limpa, cujo objetivo é acelerar essa transição e reduzir as emissões de carbono antes de 2030 para limitar o aquecimento global em 1,5°C acima dos níveis pré-industriais; a centralidade da natureza e das comunidades, que visa olocar a natureza e as pessoas no centro das ações climáticas, especialmente para auxiliar os mais vulneráveis ​​a se adaptarem às mudanças em andamento; os acordos de financiamento, que visam definir um novo acordo de financiamento acessível aos países em desenvolvimento, reforçando os compromissos anteriores e a mobilização da inclusão, que garante que as decisões e a implementação das soluções sejam realmente inclusivas e em colaboração com Povos Indígenas e comunidades locais.

Papel do Brasil na Cop-28

O Brasil assume um papel de destaque nesta conferência. Desde a Cúpula da Terra em 1992, o país tem sido parte ativa das negociações sobre desenvolvimento sustentável. Ao assumir a presidência, Lula enfatizou a intenção do país em liderar os debates sobre meio ambiente e mudanças climáticas e reforçou seus compromissos ao escolher Marina Silva para assumir o Ministério do Meio Ambiente.

“Vamos para a COP com o compromisso de permitir o aumento máximo de 1,5ºC, nem um ponto a mais, na temperatura da Terra. Um compromisso de recursos para agenda de reparação de perdas e danos. Compromisso com uma transição energética justa, olhando para países em desenvolvimento”, antecipou a ministra em reunião realizada com o presidente na última quarta-feira (22).

Em nota, o governo afirmou também que o país está “comprometido a liderar pelo exemplo, a começar pela apresentação dos resultados positivos na redução do desmatamento na Amazônia, que caiu 49,5% nos dez meses de 2023 na comparação com o mesmo período do ano anterior”. Além disso, o documento diz “o país está focado em alcançar bons resultados na redução das emissões de gases de efeito estuja, ao diminuir o desmatamento, além de já ter a matriz energética com 48% de fontes renováveis.”

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Marina Silva, que chefiará a delegação brasileira durante a Conferência em Dubai, ressaltou, ao participar de reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito das ONGs, no Senado Federal nesta segunda (27), que o Brasil não está na COP28 “para ser cobrado, nem para ser subservientes, é para, altivamente, cobrarmos que medidas sejam tomadas, porque é isso que o Brasil tem feito”, disse.

Marina apontou a necessidade de enfrentar as causas da crise climática, citando as emissões de CO2 provenientes da destruição de florestas e do uso de combustíveis fósseis, “sobretudo, pelo uso do petróleo, do carvão e do gás”. E completou “Esse é o debate que precisa ser enfrentado, e é nesse debate que o Brasil tem dado sua contribuição”.

Ela ressaltou o papel do Brasil nesse debate e revelou a intenção do presidente Lula em apresentar na COP28 uma proposta de mecanismo global para remunerar países pela preservação de suas florestas. “Aprovar esse instrumento para que as florestas sejam remuneradas, protegidas. Os mais interessados em proteger a floresta, a biodiversidade, os povos originários e o nosso regime de chuvas, somos nós”, disse a ministra.

Para ver a programação e ficar por dentro de tudo o que acontece na COP28, acesse: https://www.cop28.com/

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com agências

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