Argentina: após recontagem de votos, base de Milei só terá 7 senadores

O resultado, já referendado pela Justiça Eleitoral argentina, mexe com a correlação de forças no Senado. União pela Pátria, do peronista Sergio Massa, terá o quíntuplo de senadores: 35. Ao todo, o Senado tem 72 membros.

Cristina Kirchner se reuniu no Museu Evita com os senadores do União pela Pátria, que serão maioria na Câmara Alta

O ultradireitista Javier Milei, recém-eleito presidente da Argentina pela coligação A Liberdade Avança, terá uma base no Senado ainda menor do que seu grupo previa. Graças à recontagem de votos na província de San Juan, a coligação União pela Pátria, do peronista Sergio Massa, ampliou sua representação da chamada Câmara Alta do país.

A apuração inicial na região havia apontado, inicialmente, para a vitória de dois senadores pró-Milei e um pró-Massa. Quando a província terminou de recontar os votos de 1.813 urnas, porém, a coligação peronista saiu vencedora. Agora, com 1.315 a mais que a extrema-direita, a União pela Pátria terá dois senadores por San Juan, contra apenas um da Liberdade Avança.

O resultado, já referendado pela Justiça Eleitoral argentina, mexe com a correlação de forças no Senado. A partir de dezembro – quando senadores e o presidente tomam posse –, a base de Milei na Câmara Alta se restringirá a sete parlamentares. O União pela Pátria, por sua vez, terá o quíntuplo de senadores: 35. Ao todo, o Senado tem 72 membros.

Nesta terça-feira (28), a vice-presidenta da Argentina e principal expoente do peronismo, Cristina Kirchner, se reuniu no Museu Evita com os senadores do União pela Pátria. No encontro, Cristina afirmou a seus correligionários que continuará ativa na política nacional, mesmo sem ocupar cargo formal. Seu mandato na Casa Rosada termina em 10 de dezembro.

Apesar da hegemonia peronista no Congresso, Cristina afirmou que, em “respeito” às urnas”, o grupo de Milei deve ficar com a presidência do Senado e da Câmara dos Deputados. “Sempre fiz do respeito pela vontade popular, pelas instituições e pela minha própria coerência uma prática política que não pretendo abandonar por nada nem por ninguém”, registrou a vice-presidenta.

Nesta quarta-feira (29), uma das principais incógnitas do futuro governo Milei chegou ao fim. O presidente eleito anunciou Luis Caputo como seu ministro da Fazenda. Durante a gestão ultraliberal de Mauricio Macri, Caputo foi presidente do Banco Central (2015-2019). Expoente do mercado, é próximo dos Estados Unidos e do FMI (Fundo Monetário Internacional).

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