Porto Alegre terá Rede de Empresariamento Popular de Mulheres

Iniciativa da vereadora Biga Pereira (PCdoB) será lançada dia 12. Objetivo é levar autonomia para mulheres trabalhadoras, por meio de uma rede de apoio mútuo

Foto: Ederson Nunes/CMPA

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Trimestral (PNAD Contínua), do IBGE, no segundo trimestre de 2023, Porto Alegre contava com 670 mil mulheres em idade ativa. Dessas, 40,75% estão fora da força de trabalho (273 mil). Pensando nisso, a vereadora Biga Pereira (PCdoB) apresenta, no dia 12 de dezembro, a Rede de Empresariamento Popular de Mulheres. 

Na ocasião, ocorrerá ainda o lançamento de um manifesto, assinado por dezenas de empreendedoras da cidade, com o objetivo de fortalecer a autonomia econômica das mulheres, compartilhar conhecimentos, valorizar o trabalho feito por mulheres e estimular a produção local.

O evento será a partir das 14h30 na sede da Justa Trama, a maior cadeia produtiva no segmento de confecção da economia solidária, composta por agricultores, fiadores, tecedores, costureiras, artesão e coletores e beneficiadores de sementes.

Leia também: Deputadas lançam ’21 Dias de Ativismo’ no Plenário da Câmara

Conforme a vereadora Biga Pereira, proponente da Rede, “as economias só prosperam quando promovem plenamente a capacidade produtiva, o potencial e habilidades de todas e todos na sociedade.  As mulheres têm grandes capacidades mas, ainda assim, são elas as que mais sofrem com as crises econômicas e sociais. Possibilitar às mulheres o acesso e condições de trabalho decentes, promovendo a sua autonomia, resultará em condições de vida digna para famílias inteiras”.

As participantes do encontro receberão materiais para compartilhar o manifesto com outras mulheres, com o intuito de aumentar a rede, fortalecendo a iniciativa. No futuro, a rede deve ainda promover ações voltadas a educação financeira e desenvolvimento de habilidades profissionais e técnicas.

A sede da Justa Trama, onde ocorrerá o lançamento, fica na rua Affonso Paulo Feijó, 501 – Sarandi, Porto Alegre.

Para assinar o manifesto, clique aqui.

Confira abaixo a íntegra do manifesto:

Este manifesto é um apelo à construção da autonomia econômica das mulheres de Porto Alegre que carecem de políticas públicas para conquistarem sua independência.  São mulheres que estão fora do mercado de trabalho formal ou que trabalham em pequenos negócios, mas não têm acesso a instrumentos de financiamento, ferramentas de formação para gestão de negócios e comercialização de seus produtos. 

Por autonomia econômica e independência entendemos o processo de possibilitar às mulheres a oportunidade de serem provedoras de seu próprio sustento, bem como de seus dependentes, decidir qual a melhor forma de fazê-lo e em condições dignas. 

As economias só prosperam quando promovem plenamente a capacidade produtiva, o potencial e habilidades de todas e todos na sociedade. 

As mulheres têm grande capacidade e potencial, mas são as que mais sofrem com as crises econômicas e sociais. No mercado de trabalho a maternidade transforma-se não raro em desemprego, em redução de salários e a violações nas condições de trabalho. Além de enfrentar as diversas expressões do machismo e violência de gênero, são as responsáveis pelo trabalho invisível e não remunerado, no âmbito doméstico, socialmente disposto para estruturar a vida produtiva.

O acesso das mulheres a condições de trabalho decentes e a sua autonomia e independência financeira tem o potencial de elevar famílias inteiras a condições de vida dignas.

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Trimestral (PNAD Contínua) – IBGE, no segundo trimestre de 2023, Porto Alegre contava com 670 mil mulheres em idade ativa. Dessas, 40,75% estão fora da força de trabalho (273 mil).

Nosso manifesto é pela conquista da equidade, respeito e direitos para conquistarmos nossa verdadeira autonomia e igualdade.

O que queremos?

Políticas Públicas de fomento a pequenos negócios dirigidos por mulheres;

Valorização do indivíduo, da diversidade, da aprendizagem local e da justiça social na produção e nas trocas comerciais

Enfrentamento à informalidade, promovendo a inclusão produtiva das mulheres via emprego formal;

Desenvolvimento de ações que incentivem o associativismo, promovendo a colaboração entre empresas com interesses comuns

Criação de oportunidades de trabalho para as mulheres, seja por reservas de vagas, percentual ou prioridade;

Geração de políticas públicas de desenvolvimento econômico pela perspectiva de gênero, considerando também os aspectos de raça/etnia e econômico/social.

Incentivo à economia solidária, estimulando a cooperação entre empreendimentos e a autogestão;

Oportunidades de (re)qualificação profissional para mulheres, tendo em vista as especificidades sociais de cada uma;

O combate efetivo às desigualdades e violências contra mulher no mercado de trabalho

Promoção da igualdade salarial entre homens e mulheres, com fiscalização eficiente e cumprimento da legislação federal;

Apoio ao empreendedorismo feminino e prioridade nos programas de microcrédito;

Incentivos fiscais às empresas que contratarem mulheres e cumprirem com as boas práticas de igualdade de gênero no local de trabalho

Estímulo às empreendedoras que promovam a conservação e uso racional de recursos naturais na produção. 

Estas são apenas algumas sugestões, mas sabemos que, juntas, construímos e conquistamos muito mais.  Acreditamos que o primeiro passo é o apoio e a mobilização das mulheres trabalhadoras, principalmente aquelas que atuam junto às comunidades, em coletivos, cooperativas, as empreendedoras individuais, trabalhadoras informais e nos pequenos negócios.

Te convidamos para somar na nossa luta, assinando este manifesto! Vem com a gente. Juntas, sempre somos mais fortes!

Com informações da assessoria da vereadora Biga Pereira

(PL)

Autor