Lula propõe processar autores de notícias falsas sobre vacinas

No programa Conversa com o Presidente, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, vê ação deliberada contra vacinas e critica comissão da Câmara

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, nesta terça (12), a criminalização da disseminação de notícias falsas relacionadas à vacinação. O presidente chamou de “facínoras” aqueles que fazem propaganda contra as políticas de imunização da população.

A declaração foi dada durante o programa “Conversa com o Presidente”, que contou com a presença da ministra da Saúde, Nísia Trindade.

“É importante que a gente diga que é necessário criminalizar a pessoa que está contando mentiras sobre uma questão tão importante, que é a gente vacinar o povo brasileiro, sobretudo as crianças”, disse o presidente.

“Quando você tem um facínora qualquer que resolve fazer propaganda contrária, nós temos que processá-lo criminalmente. Porque não tem outra saída para você lidar com gente desse tipo, negacionista”, completou.

A ministra disse ver uma “estratégia deliberada” contra a vacinação no país e criticou a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara por promover lives com médicos que questionaram a eficácia dos imunizantes “sem base científica”.

“Movimentos antivacina existem no mundo há alguns anos. Mas agora nós temos uma estratégia deliberada de usar falsas informações científicas. O que nós vimos, e isso é alguma coisa para entristecer, são lives promovidas por uma comissão da Câmara, a Comissão de Fiscalização, em que médicos falam que a vacina pode causar mortes, no caso de a vacina de covid causar miocardite”, disse Nísia.

“Tudo fake news, sem base científica, mas aparecendo como se fosse informação científica. Então, isso confunde a população.”

No fim de novembro, Nisia esteve na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara, na qual foi confrontada por deputados bolsonaristas com postura antivacina.

Entre eles, a deputada Bia Kicis (PL-DF), que criticou a inclusão de vacinas contra a covid para crianças no Plano Nacional de Imunização (PNI) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, que chegou a dizer que há uma “epidemia mundial” de morte súbita após a vacinação contra o coronavírus.

Questionada por Lula, Nísia diz que vem notificando a Advocacia-Geral da União (AGU) e a Controladoria-Geral da União (CGU) sobre as lives promovidas pelo colegiado com médicos antivacinas. E disse esperar que o Conselho Federal de Medicina (CFM) tome atitudes contra esses profissionais. Segundo ela, trata-se de atitudes “que ferem totalmente a ética médica”.

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