Em benção de Natal, Papa pede fim da campanha militar de Israel contra Gaza

Em duas missas de Natal, o argentino fez referências explícitas aos conflitos em Gaza (como também na Ucrânia). O Vaticano enviou ajuda humanitária à Cisjordânia.

No III Domingo do Advento são abençoados os "Bambinelli" que serão colocados nos Presépios (VATICAN MEDIA Divisione Foto)

Na tradicional benção de Natal “Urbi et Orbi,” o Papa Francisco fez um apelo emocionado pela paz no mundo e criticou veementemente a indústria de armas, especialmente em relação ao conflito entre Israel e Gaza. Cerca de 70 mil pessoas lotaram a Praça de São Pedro para ouvir as palavras do pontífice ao meio-dia.

O Papa expressou preocupação com o “ataque abominável” ao sul de Israel em 7 de outubro, pedindo a libertação dos reféns e instando ao fim da campanha militar de Israel em Gaza. Ele lamentou a morte “terrível de civis inocentes” e clamou por ajuda humanitária para a região. O líder religioso destacou que as crianças afetadas pelos conflitos são “os pequenos Jesus de hoje.”

De forma contundente, Francisco questionou como é possível falar de paz quando a produção, venda e comércio de armas continuam a aumentar globalmente. Em relação ao conflito entre Israel e os palestinos, ele expressou a esperança de que seja resolvido por meio de um diálogo sincero e perseverante, apoiado por uma forte vontade política e pela comunidade internacional.

Na Missa do Galo, celebrada na Basílica de São Pedro na véspera de Natal, o Papa Francisco novamente abordou a questão da guerra, mencionando Belém, cidade natal de Jesus, que teve as festividades canceladas devido ao conflito. Ele denunciou o “rugido das armas” que impede a chegada do Príncipe da Paz e falou sobre o sofrimento dos irmãos e irmãs na Palestina, Israel e Ucrânia.

O Papa Francisco durante a missa da noite de Natal

Embora não tenha mencionado explicitamente Israel e Gaza na Missa do Galo, o Papa já havia abordado o conflito durante a oração Angelus ao meio-dia, referindo-se aos irmãos e irmãs que sofrem com a guerra nessas regiões.

Os cristãos palestinos, em um gesto significativo, optaram por cancelar a maioria das festividades de Natal em Belém este ano, marcando um contraste com a atmosfera festiva usual. A tradicional grande árvore de Natal e o presépio em tamanho natural não foram instalados na cidade.

Durante sua visita à Terra Santa, o cardeal Konrad Krajewski, esmoleiro do Papa, representou Francisco e entregou mensagens de solidariedade aos fiéis. Ele levou as saudações do Papa a cerca de dois mil fiéis reunidos para a celebração de Natal na Basílica da Natividade em Belém, destacando o apoio, as orações e o apelo do Papa por ajuda humanitária.

A missão do cardeal incluiu também um encontro com familiares de pessoas em Gaza, que estão enfrentando os horrores da guerra. O Papa, por meio do esmoleiro, enviou ajuda direta à região, focada especialmente em crianças e feridos.

A situação na Terra Santa é desafiadora, com muitas pessoas enfrentando dificuldades devido à guerra. O Papa Francisco e o Vaticano expressaram seu compromisso em oferecer apoio e ajuda humanitária, buscando aliviar o sofrimento das pessoas afetadas pelos conflitos na região. O cardeal Krajewski destacou a necessidade de preparar medidas para o pós-guerra, como a reconstrução de casas e escolas, enfatizando a importância de apoiar aqueles que desejam permanecer e reconstruir suas vidas.

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