Brasil alcança o pleno emprego até 2026, acredita presidente do IBGE

Marcio Pochmann fez previsão na sua rede social e disse que o verdadeiro desafio é a criação de empregos de qualidade

Foto: Agência Brasil/Arquivo

O presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Marcio Pochmann, fez uma projeção animadora na rede social X (antigo Twitter), na segunda-feira (1). Segundo ele, o Brasil “poderá chegar ao ano de 2026 com a ocupação quase plena da força de trabalho”.

O cenário de pleno emprego surge no horizonte pela recuperação da economia brasileira ao ritmo de 3,6% ao ano, em média, no pós-pandemia, conforme explica.

Leia também: Desemprego é o menor em 9 anos e número de ocupados é o maior desde 2012

“Com isso, a ocupação acumulou o crescimento de 19,6% entre 2021 e 2023, o que permitiu reduzir em 35,4% o número total de desempregados”, diz.

Lula e Pochmann. Foto: Ricardo Stuckert

No entanto, o economista observa que a questão mais urgente é sobre a qualidade dos empregos criados. Em sua postagem, destaca que nos últimos três anos, o emprego assalariado com carteira assinada no setor privado acumulou crescimento de 16,4%, ao passo que a ocupação informal subiu acumuladamente 20,3% no mesmo período de tempo.

“Além disso, o rendimento médio dos ocupados registrou perda de 5,2% entre 2021 e 2023. O rendimento médio mensal dos ocupados, por exemplo, equivaleu em 2023 a 33,4% do PIB mensal por ocupado, enquanto em 2020 era de 42,5%”, elucida.

Geração de empregos

Dados divulgados pelo IBGE na última sexta-feira de 2023, dia 29, mostraram que o Brasil alcançou a inédita marca de 100,5 milhões de pessoas ocupadas, o que equivale a 57,4% das pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar. O contingente é o maior da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) do IBGE.

O número foi alcançado pelo incremento de 853 mil pessoas no mercado de trabalho no trimestre encerrado em novembro do ano anterior, sendo que 515 mil foram absorvidas pelo setor privado com carteira assinada.

A população desocupada ficou em 8,2 milhões de pessoas no período, o menor número para o trimestre móvel desde abril de 2015.

Esse grande volume de pessoas com postos de trabalho fez com que o país encerrasse o trimestre (nov) com queda na taxa de desemprego, que ficou em 7,5%. A taxa é a menor desde 2014.