Em ato de filiação de Marta Suplicy, Lula convoca militância para enfrentar extrema-direita

O discurso foi voltado para as discussões internas do partido, mas Lula aconselhou a militância progressista a convencer aqueles que foram “enganados pelo bolsonarismo”

Foto: Ricardo Stuckert

Na presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy voltou, na noite desta sexta (2), ao Partido dos Trabalhadores (PT). Lula reforçou a importância da militância dos partidos progressistas fazerem o embate contra o Bolsonarismo, convencendo aqueles que foram enganados pela extrema-direita.

O tom do discurso foi voltado para as discussões internas do partido, mas aconselhou a toda militância do campo progressista se empenhar em convencer aqueles que foram “enganados pelo bolsonarismo”.

“Vocês, companheiros militantes de esquerda, muitas vezes vocês perdem muito tempo olhando o que o governo está fazendo… O nosso papel quando a gente ganha as eleições não é ficar olhando o defeito do governo. Porque o defeito do governo é o defeito de vocês”, disse.

“O nosso desafio é saber o seguinte: a gente está indo para a periferia desse país conversar com as pessoas que foram enganadas pelo bolsonarismo? A gente está indo conversar com as pessoas que se deixaram levar pelas fake news todo dia? A gente está indo conversar com a juventude da periferia? A gente está conversando com aquelas pessoas que são pobres e não votam na gente? A gente está conversando com aquelas pessoas que são evangélicas e que acreditam na mentira deslavada de alguns pastores?”, questionou o presidente.

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O presidente ressaltou a importância de ampliar a consciência política da população.”Eu tenho que conversar com quem ainda não participa conosco dessa luta. Pelo amor de Deus, vamos multiplicar os pães. Vamos multiplicar a consciência política, vamos mexer com a inteligência desse povo para ele não acreditar em mentira”, concluiu.

Lula criticou aqueles que poderiam estar impondo seus objetivos pessoais, preterindo os interesses do partido e da classe trabalhadora.”A gente não pode aceitar a política de fato consumada. ‘Eu quero me lançar, eu vou me lançar. Eu quero me lançar porque eu quero ser candidato'”, caçoou lula.

O presidente assinou a ficha de inscrição da ex-prefeita e, em tom de brincadeira, reclamou que o evento parecia a oficialização da candidatura.

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“Então é o seguinte, eu só posso falar da candidatura depois que ela assinar as fichas, porque senão ela não pode nem ser candidata. Eu quero saber, cadê a ficha?”, brincou Lula, assinando a ficha de inscrição de Marta.

A volta de Marta ao PT foi comemorada pelo presidente Lula, que costurou o retorno da ex-prefeita para compor a candidatura com Boulos desde o final de 2023.

“Nunca na história de São Paulo – e falo isso na frente do Haddad, da Erundina – ninguém fez para o povo pobre de SP o que fez a Marta Suplicy na prefeitura”, disse.

Membros do Partido dos Trabalhadores projetam que a presença da ex-prefeita no palanque do candidato do Psol garante um crescimento expressivo na largada da corrida eleitoral, sobretudo com as camadas populares.

O nome de Marta também é bem recebido entre membros do Psol, que listam uma série de qualidades da ex-prefeita. Para eles, ela é querida e conhecida no eleitorado da periferia, além de agregar sua experiência administrativa ao pré-candidato Guilherme Boulos.

“Marta, minha companheira, hoje a Gleisi [Hoffmann] te deu as boas vindas ao PT, e eu quero te dar as boas vindas à chapa vitoriosa que vai mudar a cidade de São Paulo”, disse Boulos.

“Quando a Marta caminhar com a gente, com nosso projeto, ela fez isso e nós conversamos muito, com a consciência de uma missão. A missão que nós temos em outubro desse ano, todos nós, é derrotar o bolsonarismo na maior cidade do país. E a Marta veio para construir essa frente. Porque o desafio é grande e o que está em jogo é muita coisa”, prosseguiu.

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