Profissionais de saúde lançam manifesto pelo fim do genocídio em Gaza

Até o dia 1 de janeiro de 2024, 374 profissionais de saúde foram mortos, enquanto outros 150 foram detidos ou sequestrados, e 102 ambulâncias foram alvo de bombardeios.

Em meio ao cenário de devastação e horror na Faixa de Gaza, onde mais de 30 mil palestinos, incluindo mulheres e crianças, foram vítimas de ataques do exército israelense, o Sindicato dos Médicos de São Paulo (SIMESP) está liderando uma iniciativa de solidariedade e exigência por paz e justiça.

Até o dia 1 de janeiro de 2024, 374 profissionais de saúde foram mortos, enquanto outros 150 foram detidos ou sequestrados, e 102 ambulâncias foram alvo de bombardeios. Diante desse cenário de guerra e destruição, médicos e demais profissionais de saúde trabalham incansavelmente, enfrentando ataques aéreos e arriscando suas próprias vidas para salvar outras.

Em um gesto de apoio e solidariedade aos profissionais de saúde palestinos e à população civil de Gaza, o SIMESP lançou um manifesto exigindo medidas urgentes para pôr fim ao genocídio em curso. O manifesto pede:

  • Cessar fogo imediato;
  • Fim incondicional do bloqueio a Gaza;
  • Rompimento das relações diplomáticas com Israel.

Para apoiar essa causa e assinar o manifesto, os médicos e profissionais de saúde brasileiros estão recolhendo assinaturas, buscando chamar a atenção para a gravidade da situação e pressionar por ações concretas para acabar com o sofrimento do povo palestino.

A solidariedade internacional é fundamental em momentos como este, e o SIMESP está engajado em amplificar a voz dos profissionais de saúde e exigir medidas urgentes para pôr fim à violência e à destruição em Gaza.

Para assinar o manifesto e demonstrar seu apoio, acesse o link https://acesse.dev/R8DTY e o SIMESP no Instagram (@simesp_medicos) e faça parte dessa luta por justiça e paz.

Situação dos profissionais de saúde no fim de semana

Novos acontecimentos neste fim de semana agravaram ainda mais a crise humanitária na região. No sul da Faixa, o Complexo Médico Nasser registrou a perda de duas vidas enquanto intensos tiroteios persistem nas proximidades, colocando em risco a vida de pacientes e profissionais de saúde.

O Crescente Vermelho Palestino foi alvo de um ataque devastador na área de Tal al-Hawa, na cidade de Gaza, resultando na morte de dois membros da equipe a bordo de uma ambulância. Yusuf Zeino e Ahmed Al-Madhoun, que estavam desaparecidos desde que partiram em uma missão de resgate da menina Hind Ragab, de apenas 6 anos, há 12 dias, foram encontrados mortos. A ambulância foi deliberadamente bombardeada pelas forças de ocupação, mesmo após coordenação prévia para permitir a chegada ao local e resgate da menina Hind.

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) expressou profunda tristeza com a morte de Yusuf, Ahmed e da pequena Hind, juntamente com sua família. “Nossas mais profundas condolências aos entes queridos de Hind e sua família, e aos de Yusuf e Ahmed. Os civis devem ser protegidos”, afirmou o CICV em comunicado.

A Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (ACNUDH) também expressou preocupação com a invasão e detenção de funcionários pelas forças israelenses no Hospital Al-Amal em Khan Younis. A situação agrava ainda mais o colapso do sistema de saúde de Gaza, resultante de operações que visam hospitais e de restrições severas aos suprimentos humanitários essenciais.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) documentou 721 ataques aos cuidados de saúde no Território Palestino Ocupado desde 7 de outubro, com 357 ataques ocorrendo em Gaza. “Os socorristas arriscam suas vidas todos os dias para prestar apoio ao povo de Gaza; nunca devem temer ser mortos enquanto realizam seu trabalho para salvar vidas”, afirmou o porta-voz da OMS, Tarik Jasarevic.

A médica da zona de guerra e professora associada da Escola de Medicina Icahn no Monte Sinai, em Nova York, Annie Sparrow, destacou que a destruição do sistema de saúde de Gaza por Israel constitui não apenas uma acusação de genocídio, mas também um crime de guerra flagrante que deve ser julgado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI). Sparrow ressaltou a proibição de ataques que causem danos excessivos a civis, conforme estipulado pelo direito humanitário internacional.

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