Base bolsonarista quer desviar foco sobre cerco aos golpistas
A estratégia dos bolsonaristas, contudo, pode ser engolida pelos avanços dos fatos que se apresentam dinâmicos
Publicado 15/02/2024 13:58 | Editado 16/02/2024 12:35
A base bolsonarista no Congresso quer desviar o foco sobre a operação da Polícia Federal (PF) que fecha o cerco contra figuras-chaves do governo anterior e o próprio Bolsonaro, que são acusados de envolvimento em golpe e abolição do Estado Democrático de Direito.
Na Câmara dos Deputados, o deputado Sanderson (PL-RS), que preside o colegiado, avisa que vai convocar o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, para dar explicações sobre a fuga de dois detentos do presídio federal de alta segurança em Mossoró (RN).
No Senado, o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), está sendo pressionado para colocar em pauta projetos que aumentam o controle sobre o Judiciário.
A estratégia dos bolsonaristas, contudo, pode ser engolida pelos avanços dos fatos que se apresentam dinâmicos.
Por exemplo, na próxima semana a convocação de Lewandowski pode não ter mais sentido com os avanços das investigações.
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O ministro determinou o afastamento imediato da atual direção da penitenciária e escalou um interventor para comandar a gestão da unidade. A Polícia Federal (PF) já está investigando o caso.
Os parlamentares da extrema-direita poderão ainda enfrentar mais problemas com as novas revelações do inquérito que apura a tentativa de golpe, uma vez que a PF chegou ao grupo político.
Relatório da corporação, já aponta o envolvimento do deputado Eduardo Pazuello (PL-RJ) no esquema de tentativa de golpe. Mensagens encontradas no celular de Mauro Cid, ex-ajudante de ordem do inelegível, revela que o ex-ministro da Saúde defendeu a ruptura institucional.
Outra mensagem de Cid menciona o senador Luis Carlos Heinze (PP-AL) como integrante do grupo de “radicais” que também defendeu uma ação militar no país após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas urnas.
Aliás, a reação dos bolsonarista, ainda no recesso parlamentar, foi por causa da busca e apreensão no gabinete do deputado Carlos Jordy (PL-RJ), que teria repassado orientações sobre atos golpistas a bolsonarista, e as investigações da “Abin Paralela” que atingiram o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) e o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ).
Sendo assim, a expectativa é observar se os radicais terão poder de reação diante da avalanche dos acontecimentos.