Líderes ocidentais rebatem Macron sobre envio de tropas à Ucrânia

Declaração de presidente francês suscitou reações de autoridades europeias e dos EUA

Presidente da França, Emmanuel Macron. Foto: Remi Jouan/Wikimedia Commons

Autoridades europeias e dos Estados Unidos rebateram o presidente da França, Emmanuel Macron que, nesta segunda-feira (26), levantou a possibilidade de envio de tropas de países ocidentais à Ucrânia. A declaração foi feita após a reunião de 20 líderes europeus em Paris sobre o conflito. 

Após o encontro, Macron disse que o envio de soldados “não pode ser descartado”. O presidente francês frisou, ainda, que “estamos convencidos de que a derrota da Rússia é necessária para a segurança e a estabilidade na Europa”. 

O porta-voz do governo russo, Dmitry Peskov, reagiu dizendo que “neste caso, precisamos falar não de probabilidade, mas de inevitabilidade”, em relação a um confronto do país com a Otan. “É assim que iremos avaliar. E é dessa forma que estes países deveriam avaliar e estar conscientes disso. E se perguntar se isso corresponde aos seus interesses, e o mais importante, aos interesses dos cidadãos dos seus países”, completou. 

Peskov também salientou que vários países participantes da reunião em Paris mantêm “uma avaliação bastante sóbria dos perigos potenciais de tal ação e do perigo potencial de estarem diretamente envolvidos em um conflito”.

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Após a fala de Macron, autoridades do governo estadunidense disseram, à agência Reuters, que nem os EUA, nem a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), têm planos neste sentido. O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg afirmou que a aliança não tem planos de enviar os seus militares para a Ucrânia. 

Da mesma forma, esse tipo de apoio foi negado por Alemanha, Reino Unido, Eslováquia, Polônia, Hungria e Itália. “Não haverá tropas terrestres, nem soldados em solo ucraniano enviados para lá por países europeus ou Estados da Otan”, disse o chanceler alemão, Olaf Scholz. 

Já o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, destacou que esse tipo de iniciativa levaria a uma “escalada significativa de tensões” e que seu governo “nunca concordará em enviar tropas eslovacas para a guerra na Ucrânia”. 

Com agências

(PL)

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