Em votação histórica, França inclui direito ao aborto na Constituição

Votação expressiva no parlamento faz daquele país o primeiro no mundo a incluir explicitamente a interrupção da gravidez no texto constitucional

Em um telão gigante na Praça do Trocadero, em Paris, militantes viam a votação no Palácio de Versalhes. (Foto: Pierre René Worms/RFI)

Por 780 votos favoráveis e 72 contrários, o parlamento reunido em Congresso no Palácio de Versalhes, tornou a França o primeiro país do mundo a incluir explicitamente a interrupção voluntária da gravidez, ou o direito ao aborto, em sua Constituição.

“A maioria de três quintos dos votos expressos, necessária para modificar o texto supremo, foi, desta maneira, alcançada sem dificuldade e o selo do Congresso foi colocado no texto imediatamente após a votação”, diz reportagem da Rádio França Internacional (RFI).

O parlamento daquele país colocou o seguinte texto no artigo 34 da Constituição: “A lei determina as condições em que se exerce a liberdade garantida às mulheres de recorrer à interrupção voluntária da gravidez.”

“Continuaremos por aqueles que resistem a Trump, Bolsonaro, Orbán, Milei, Putin, Giorgia Meloni”, afirma a senadora socialista Laurence Rossignol, sendo aplaudida de pé pelo Congresso em diversas ocasiões.

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O primeiro-ministro francês Gabriel Attal fez um apelo aos deputados e senadores para tornar o país exemplo ao mundo.

“Temos uma dívida moral com as mulheres (…) Temos a chance de mudar a história. Estamos enviando uma mensagem a todas as mulheres: seu corpo pertence a você e ninguém pode decidir por você”, disse Attal aos parlamentares.

O presidente francês, Emmanuel Macron, escreveu no X: “Orgulho francês, mensagem universal”. Ele também convidou os franceses para uma cerimônia em 8 de março, dia internacional dos direitos das mulheres, para ratificar oficialmente a alteração da Constituição.

Logo após o resultado da votação, a torre Eiffel brilhou com a mensagem “meu corpo, minha escolha.”

Com informações da RFI

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