Com 20% menos que em 2016, Minc tem entregas mais volumosas

A ministra Margareth Menezes falou sobre o volume de entregas que conseguiu concluir em pouco mais de um ano em todas as áreas

Foto: Filipe Araújo/MinC

Em meio a um cenário político marcado pela preocupação com a popularidade do governo, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, compartilha suas reflexões sobre os rumos da gestão atual. Em uma entrevista concedida à BBC News Brasil após uma reunião do presidente Lula com todos os ministros, Menezes discute os desafios enfrentados e os progressos alcançados pelo governo.

“É um governo que tem entregado, um governo com entregas maiores do que muitos outros anos, e não só comparando com o governo passado”, ressalta a ministra, destacando a importância das políticas públicas implementadas para impulsionar o setor cultural do país. “Nós estamos com 20% menos de servidores do que 2016, mas, no entanto, com entregas muito mais volumosas”, completa.

Ao abordar a questão da popularidade do governo e a disputa no ambiente digital, Menezes reconhece que o governo está aprendendo e melhorando nesse sentido, apesar dos desafios enfrentados. Ela enfatiza a importância de focar no que realmente impacta a vida das pessoas, destacando as realizações concretas do governo em termos de políticas culturais e seu impacto na sociedade.

No que diz respeito ao seu período como ministra, Margareth Menezes destaca os avanços significativos alcançados, mesmo diante das dificuldades. Entre as conquistas mencionadas pela ministra está a execução da Lei Paulo Gustavo e o lançamento da Instrução Normativa para a Lei Rouanet, além do trabalho em andamento para aprovar o Marco do Fomento, que visa estabelecer diretrizes para políticas culturais em nível nacional.

Um dos pontos altos da gestão de Menezes é a implementação da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura, que irá destinar recursos significativos para estimular a produção cultural em todo o país. Com um investimento previsto de R$ 15 bilhões até 2027, essa política representa um marco histórico na promoção da cultura e no fortalecimento do setor cultural brasileiro.

Ao final da entrevista, a ministra reitera o compromisso do governo em promover a igualdade de gênero e a participação das mulheres em posições de liderança. Ela ressalta que, embora ainda haja muito a ser feito nesse sentido, o governo do presidente Lula tem sido pioneiro nesse aspecto, e a pauta da mulher continuará sendo uma prioridade.

Ano de entregas

Após um ano à frente do Ministério da Cultura, Margareth Menezes fez, no fim de 2023, um balanço das principais conquistas e iniciativas realizadas durante sua gestão. Em um período marcado por desafios e transformações, a ministra ressalta o compromisso com o fortalecimento do setor cultural e sua importância como vetor de transformação social.

Uma das linhas de trabalho destacadas por Margareth Menezes foi o fortalecimento do Sistema MinC e da participação social. Nesse sentido, a reativação da Comissão do Fundo Nacional da Cultura (CFNC) e a reestruturação do Conselho Nacional de Políticas Culturais foram passos importantes para promover uma maior articulação e representatividade no setor.

Além disso, a ministra enfatizou o desenvolvimento econômico através da cultura, destacando os investimentos históricos realizados em políticas públicas culturais. A Lei Paulo Gustavo (LPG), que está repassando R$ 3,8 bilhões para estados e municípios, e a Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), que garantirá investimentos de R$ 15 bilhões até 2027, foram citadas como exemplos concretos desse compromisso.

Outro ponto destacado por Margareth Menezes foi a promoção da cultura como ferramenta de justiça social e superação de desigualdades. Iniciativas como o Programa Rouanet Norte e o Programa Rouanet nas Favelas visam democratizar o acesso à cultura, levando atividades culturais para regiões historicamente marginalizadas.

No âmbito internacional, a ministra ressaltou a retomada dos intercâmbios culturais e o fortalecimento das relações com outros países e comunidades. A presidência pro tempore do Mercosul e a participação na COP-28 foram momentos importantes para posicionar o Brasil como um protagonista no cenário cultural e ambiental global.

Margareth Menezes reiterou o compromisso de seguir avançando na consolidação da cultura como um dos principais vetores de transformação social e humana no Brasil. Para o próximo ano, a ministra promete continuar trabalhando para garantir mais oportunidades e acesso à cultura para todos os brasileiros, reafirmando o papel fundamental desse setor na construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

A ministra artista

Margareth Menezes, cantora e ativista cultural, está vivendo uma nova fase de sua vida aos 61 anos, ao assumir pela primeira vez um cargo público como ministra da Cultura. Com uma carreira marcada por sucessos na música afro-brasileira, como “Faraó” (1987) e “Dandalunda” (2001), Margareth agora direciona seu talento e paixão para fortalecer as políticas culturais do país.

Nascida em Salvador, a cantora sempre esteve envolvida em ações culturais e educacionais, tendo fundado a Associação Fábrica Cultural, que promove iniciativas para jovens na Península de Itapagipe, sua terra natal.

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