Norte e Centro-Oeste têm maior crescimento de empresas exportadoras

Embora o dado seja positivo, as desigualdades regionais despontam também nesse quesito. As regiões Sudeste e Sul são as maiores concentradoras de firmas exportadoras

(Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, diz que o governo trabalha para que todas as regiões do país possam exportar e melhorar a participação das micro e pequenas empresas (MPEs) no mercado internacional.

A fala do ministro faz referência ao estudo da Secretária de Comércio Exterior (Secex) segundo o qual as regiões Norte e Centro-Oeste foram as que tiveram o maior aumento percentual de novas empresas brasileiras exportadoras em 2023.

Embora o crescimento nessas regiões seja positivo, as desigualdades regionais despontam também nesse quesito.

As regiões Sudeste e Sul são as maiores concentradoras de empresas exportadoras, sendo 83,6% no caso das microempresas, 88,3% nas pequenas e 87,7% nas médias e grandes.

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“É nesse sentido que lançamos no ano passado a Política Nacional da Cultura Exportadora (PNCE). A ideia é justamente elevar a participação das MPEs no mercado internacional, com mais cidades de todas as regiões exportando”, afirma o ministro.

Alckmin destaca o fato das MPEs exportarem, predominantemente, produtos manufaturados, o que aumenta a qualidade e a competitividade da pauta exportadora brasileira, que é um dos objetivos centrais da Nova Indústria Brasil.

“Além de exportar mais, temos que incluir as pequenas empresas. Expandir para o Brasil inteiro exportar. Nós temos uma tarefa grande. Exportar com valor agregado, pois se a gente pegar a pauta de exportação brasileira, temos soja, petróleo bruto e minério de ferro. Isso é 40% da exportação brasileira, três produtos. Então, nós precisamos agregar valor, diversificar mais, ter mais destinos para o nosso comércio exterior”, explica.

O economista José Luis Oreiro, professor do departamento de economia da Universidade de Brasília (UnB), alega que existe a diferença de escala entre as regiões, isto é, as populações do Sudeste e Sul são muito maiores do que o Centro-Oeste e Norte.

“Assim não podemos analisar os dados sem controlar o tamanho da população. Ou seja, temos que calcular o número de firmas exportadoras por habitantes para ver se existe uma desigualdade muito grande. A priori eu não sei se existe”, observa o economista ao Portal Vermelho.

Estudo

De acordo com o levantamento, o Brasil alcançou o recorde de 28.524 firmas vendendo para o exterior – total 2% superior a 2022.

O relatório da Secex mapeia esse crescimento a partir do porte das empresas (micro, pequenas, médias e grandes), cruzando com informações sobre produtos exportados, destino (blocos e países) e origem (regiões e Estados).

No recorte regional, o maior crescimento percentual ficou com o Norte: 8,8%. Na sequência aparecem Centro-Oeste (8%), Sul (2,6%) e Sudeste (1,4%).

O Nordeste teve uma pequena queda no total (-1,6%), índice puxado pelo recuo no número de micro e grandes empresas participando do comércio exterior: -3,9% e -2,4%, respectivamente. Em compensação, a região registrou o maior crescimento percentual em relação às empresas exportadoras de pequeno porte: 7,5%.

Já entre as empresas de grande porte, a maior alta percentual se deu no Centro-Oeste (11%); enquanto as microempresas tiveram destaque no Norte – crescimento de 10%.

Com informações do MCDI

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