Protestos contra técnico acusado de assédio marcam Brasileirão Feminino

Jogadoras de várias equipes protestaram em campo contra Kleiton Lima, técnico do Santos reintegrado após acusações de assédio no ano passado.

Foto: Rodrigo Gazzanel/Corinthians

Na última sexta-feira (12), a quinta rodada do Campeonato Brasileiro de Futebol Feminino foi palco de intensos protestos contra Kleiton Lima, técnico do Santos, acusado por 19 atletas de assédio no ano passado. Os protestos ocorreram em partidas distintas, demonstrando um movimento coeso entre as jogadoras de diferentes equipes.

Durante o confronto entre Santos e Corinthians, na Vila Belmiro, as jogadoras do time visitante adotaram um gesto simbólico de colocar as mãos na boca e nos ouvidos durante o hino nacional, uma clara denúncia de que as queixas contra o técnico adversário não estão sendo atendidas. O mesmo gesto foi repetido após o Corinthians marcar seu primeiro gol, reforçando o protesto. As atletas do Santos não se manifestaram.

O gesto foi também observado antes da partida entre Avaí/Kindermann e Palmeiras, realizada em Florianópolis. Neste jogo, um ato ainda mais simbólico foi realizado pelas jogadoras que vestiam a camisa número 19 de ambos os times, que se viraram de costas para o campo, enquanto suas companheiras mantinham as mãos sobre a boca e os ouvidos, em um gesto que evoca o silêncio e a falta de ação diante das acusações.

Estes protestos ocorrem após a controversa reintegração de Kleiton Lima ao comando técnico do Santos, anunciada na última terça-feira (9), apesar das graves acusações de assédio que levaram à sua demissão no ano anterior. A decisão de reintegrá-lo foi tomada com a presença de Thaís Picarte, gestora de futebol feminino do clube, e Alexandre Gallo, coordenador de futebol, gerando indignação e levando as atletas a se manifestarem publicamente.

As acusações contra Lima foram formalizadas por meio de cartas anônimas, que continham relatos pessoais e foram entregues a Andrés Rueda, então presidente do Santos. O retorno de Lima ao clube gera um clima de tensão e protesto, refletindo a insatisfação e o clamor por mudanças no tratamento das denúncias de assédio no esporte.

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com agências

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