Alckmin diz que China inspira Brasil na erradicação da pobreza

Nos 50 anos das relações diplomáticas entre Brasil e China, encontro apontou parcerias que podem ser desencadeadas entre os países.

O vice-presidente Geraldo Alcmin se encontrou com Xi Jinping para celebrar os 50 anos das relações diplomáticas entre os países.

Na tarde desta sexta-feira (7), o presidente Xi Jinping recebeu o vice-presidente brasileiro Geraldo Alckmin no Grande Salão do Povo, em Pequim. A reunião, marcada por um clima de cooperação e amizade, celebrou o 50º aniversário das relações diplomáticas entre China e Brasil e resultou em significativos avanços nas áreas de economia, comércio e tecnologia.

Transmitindo as saudações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Alckmin celebrou os esforços conjuntos realizados nos últimos anos, que resultaram em importantes avanços na redução da pobreza na China, um feito que considerou um “milagre mundial”. Ele acrescentou que a experiência poderia fornecer lições importantes para o Brasil. Ele destacou o compromisso do governo brasileiro com o crescimento inclusivo e sustentável e manifestou interesse em fortalecer o alinhamento das estratégias de desenvolvimento com a China.

Em 25 de fevereiro de 2021, o governo chinês anunciou que os últimos 100 milhões de pessoas que viviam abaixo da linha da pobreza haviam saído dessa faixa por causa dos esforços do povo chinês, acabando assim com a pobreza absoluta na China. O feito é considerado extraordinário num país tão populoso e com uma economia que se desenvolveu em apenas três décadas.

Alckmin também saudou a presença de empresas chinesas no Brasil e o potencial de cooperação em infraestrutura, agricultura, mineração e novos veículos energéticos. “Brasil e China compartilham filosofias semelhantes em muitas questões e têm um vasto potencial de cooperação”, disse o vice-presidente.

“Tanto o Brasil como a China estão empenhados em defender o multilateralismo e o comércio livre, partilham os mesmos pontos de vista sobre muitas questões importantes e desfrutam de um enorme potencial e amplas perspectivas de cooperação”, acrescentou.

Visões semelhantes

Xi Jinping destacou que China e Brasil são parceiros estratégicos com interesses amplos e comuns. “Ambos os países, como grandes nações em desenvolvimento, devem promover a unidade e a cooperação para garantir a paz e a estabilidade mundiais”, afirmou Xi. O presidente chinês ressaltou que a colaboração entre os dois países não só promove o desenvolvimento interno de ambos, mas também protege os interesses de muitos países em desenvolvimento.

Ele enfatizou a importância de aprofundar a cooperação em áreas emergentes, como economia verde, digital e inovação, além de fortalecer a conexão entre a iniciativa “Um Cinturão e Uma Rota” e a “reindustrialização” do Brasil. Xi Jinping expressou o desejo de continuar a intensificar a coordenação estratégica e a amizade entre os dois países, promovendo intercâmbios culturais, educacionais e turísticos.

Xi destacou que a China e o Brasil são bons amigos que compartilham a mesma visão e bons parceiros que avançam de mãos dadas. Enfatizando que o mundo está passando por mudanças profundas sem precedentes em um século, Xi disse que a China e o Brasil compartilham amplos interesses estratégicos, acrescentando que as suas relações são de importância exemplar para promover a solidariedade e a cooperação entre os países em desenvolvimento, bem como a paz e a estabilidade mundiais.

O vice-presidente Geraldo Alckmin se encontrou com Xi Jinping para celebrar os 50 anso de relações diplomáticas entre Brasil e China e discutir parcerias

Planos de ação e acordos de cooperação

Durante o encontro, foram assinados vários acordos significativos. No “Plano de Ação Conjunta do Comitê de Empreendedores China-Brasil”, ambos os países se comprometeram a aprofundar a cooperação em diversas áreas nos próximos cinco anos, incluindo tecnologia da informação, inteligência artificial e indústria aeroespacial.

Xi disse que a China aproveitará a oportunidade de comemorar o 50º aniversário de seus laços diplomáticos com o Brasil para fortalecer de forma abrangente os intercâmbios e a cooperação entre os legislativos, partidos políticos, localidades, cultura, educação, turismo, juventude e outras áreas dos dois países.

Wang Shouwen, vice-ministro do Comércio da China, destacou a necessidade de estreitar os vínculos de cooperação mais do que nunca, convidando empresas brasileiras a participarem da China International Import Expo (CIIE) e da Feira de Cantão.

Em um gesto simbólico, Alckmin visitou a loja SOHO da Luckin Coffee em Pequim, lembrando que há 50 anos as relações diplomáticas entre os dois países começaram com café. Durante a visita, foi assinado um memorando de cooperação que prevê a compra de 120.000 toneladas de café brasileiro nos próximos dois anos, promovendo a indústria cafeeira e fortalecendo o comércio bilateral.

Futuro da cooperação sino-brasileira

A visita oficial de Alckmin à China também resultou na assinatura de um memorando de cooperação para o estabelecimento do “Centro Brasil” para promoção de investimentos na Ásia, facilitando a entrada de empresas brasileiras no mercado chinês e vice-versa. Jorge Viana, presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, ressaltou que o projeto “Centro Brasil” abrirá novas oportunidades de negócios e cooperação entre os dois países nos próximos 50 anos.

O encontro e os acordos firmados durante a visita de Alckmin à China reforçam a importância da cooperação estratégica entre China e Brasil, destacando o compromisso de ambos os países em promover um desenvolvimento sustentável e inclusivo, beneficiando não só suas próprias economias, mas também contribuindo para a estabilidade e prosperidade global.

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