Lula defende “distensionar ganância por acúmulo de riquezas”

Fala ocorreu durante reunião do Conselhão, após pressão do mercado por corte de gastos em prejuízo da maioria da população

Em discurso que encerrou a terceira reunião plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, conhecido como Conselhão, nesta quinta-feira (27), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender que um dos principais focos de seu governo é a luta contra a desigualdade. “É possível distensionar a ganância por acúmulo de riquezas de alguns e tentar repartir um pouco do pão produzido neste País”. 

Lula também afirmou: “É preciso que vocês estudem a macroeconomia, mas saibam o que está acontecendo lá embaixo. Não a pessoa que tomou R$ 1 bilhão emprestado, mas a pessoa que tomou R$ 5 mil emprestados, R$ 10 mil emprestados, que tomou R$ 500 mil emprestado. Essa economia está a todo vapor.”

As colocações foram feitas em meio a um cenário de pressão feita pelo mercado e por boa parte dos analistas e veículos de comunicação nos últimos dias em relação ao controle dos gastos governamentais, o que, na prática, significa menos recursos para políticas públicas e para o povo que mais precisa. 

Lula salientou, ainda, que “muito dinheiro na mão de poucos significa pobreza, desemprego, prostituição, desnutrição, analfabetismo. Pouco dinheiro na mão de muitos significa exatamente o contrário: mais educação, mais saúde, melhor transporte, mais salário”.

O presidente também declarou, sobre seu terceiro mandato, que só voltou porque tem “consciência de que este país vai dar certo”. E acrescentou: “eu jamais voltaria a ser presidente da República, depois de ter saído com 87% de bom e ótimo, 10% de regular e 3% de ruim. Eu voltaria para quê? Porque este País estava precisando de alguém que cuidasse desse povo. De alguém que olhasse com um pouco de carinho para as pessoas que não tiveram a mesma chance que eu”.

Durante a reunião, Lula aproveitou para assinar decretos e leis que foram gestados nos debates do Conselhão. 

Foram sancionadas as leis que estabelecem o Marco Regulatório do Fomento à Cultura; as diretrizes para a elaboração de planos de adaptação à mudança do clima; a que institui o Programa Mobilidade Verde e Inovação (Programa Mover), para pesquisa e produção de veículos verdes e menos poluentes e que inclui a taxação de produtos comprados pela internet a partir de US$ 50. 

Além disso, foram assinados os decretos relativos à Política Nacional para a Primeira Infância; ao Programa Nacional de Projetos Tecnológicos de Alto Impacto e à Estratégia Nacional de Economia Circular. 

Com agências 

Foto: Ricardo Stuckert