Netanyahu demite ministro da Defesa de Israel por “crise de confiança”
Visto como mais “moderado” do que o primeiro-ministro, Gallant era considerado um oponente dentro do governo. Seu substituto será Israel Katz, titular das Relações Exteriores
Publicado 06/11/2024 16:42 | Editado 06/11/2024 17:01
O governo de Benjamin Netanyahu vem dando novos sinais de que não anda bem. Nesta terça-feira (5), o primeiro-ministro demitiu o titular da Defesa, Yoav Gallant. Conforme noticiado, o motivo seria uma “crise de confiança”, após desentendimento entre ambos relativos aos ataques à Faixa de Gaza.
Para ocupar o posto, foi nomeado Israel Katz, o atual ministro das Relações Exteriores, pasta que deverá ser comandada pelo ex-ministro do Interior, Gideon Sa’ar.
Segundo noticiado, há tempos a relação entre ambos estava estremecida — Gallant era visto como um oponente dentro do governo e estaria assumindo posições mais moderadas do que o primeiro-ministro em assuntos relativos à segurança, especialmente em relação aos ataques na Palestina. Na avaliação de Netanyahu, “inimigos de Israel” teriam sido indiretamente ajudados por Gallant.
Numa das mais recentes desavenças, Gallant defendeu o recrutamento de soldados da comunidade ultraortodoxa, enquanto Netanyahu, apoiado por esse setor, foi contrário.
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Em outro momento, o ex-ministro da Defesa teria criticado a forma como o governo estava combatendo o Hamas, dizendo que o grupo está “enraizado no coração das pessoas” e que “qualquer um que pense que é possível eliminá-lo está enganado”.
Após a decisão, protestos contra a demissão ocorreram em Tel Aviv e Jerusalém.
Em postagem nas redes sociais, a Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) lembrou que ambos, Netanyahu e Gallant, “têm pedidos de prisão solicitados pelo procurador-geral do Tribunal Penal Internacional por crimes de guerra e contra a humanidade”.
Outro fato que causou desgastes ao governo sionista nesta semana foi a prisão, por parte da polícia israelense, de um assessor do alto escalão do primeiro-ministro, investigado por supostamente vazar informações confidenciais para a mídia estrangeira.
O vazamento teria prejudicado um acordo que estaria sendo costurado para libertar israelenses em poder do Hamas desde outubro do ano passado. Além do assessor, outras três pessoas foram detidas no âmbito dessas investigações.
(PL)