Marina diz que meta climática é paradigma para desenvolvimento
O Brasil é o quinto maior emissor do mundo, responsável por 3,1% das emissões globais, ficando atrás da China com 26%, EUA com 11%, Índia com 7% e Rússia com 4%
Publicado 16/11/2024 14:00 | Editado 17/11/2024 08:20
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, disse na COP29, em Baku, no Azerbaijão, que a nova meta climática do Brasil ou a Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC, na sigla em inglês) não são só números, mas um novo padrão para o desenvolvimento do país.
O novo compromisso é de redução das emissões de gases do efeito estufa do país de 59% a 67% em 2035. Isso equivale a alcançar o nível de 2005 e ainda deixar de enviar entre 850 milhões e 1,05 bilhão de toneladas de CO2 para atmosfera.
O Brasil é o quinto maior emissor do mundo, responsável por 3,1% das emissões globais, ficando atrás da China com 26%, EUA com 11%, Índia com 7% e Rússia com 4%.
“É mais do que um número, um percentual, uma meta, temos aqui um novo paradigma para o desenvolvimento econômico e social do nosso país”, disse a ministra.
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“O Brasil saiu de uma posição negacionista para a liderança e protagonismo no combate às mudanças climáticas. Teremos a honra de no ano que vem sediar a COP30 (em Belém), na floresta amazônica, na região amazônica”, observa o vice-presidente Geraldo Alckmin, que liderou a comitiva brasileira na COP29
De acordo com a pasta do Meio Ambiente e Mudança do Clima, o documento brasileiro foi elaborado com base na melhor ciência disponível e considerando a possibilidade de alterações significativas nos cenários econômicos, de cooperação internacional e de avanços tecnológicos, cenários que podem influenciar sua execução até 2035.
A meta abrange todos os gases causadores do efeito estufa e terá o Plano Clima, em fase final de elaboração, como instrumento de implementação.
“A NDC também faz com que os compromissos brasileiros sejam uma plataforma de investimentos que permite canalizar tecnologia e investimentos externos para o país. Está alinhada ao Plano de Transformação Ecológica, à promoção da justiça climática e ao combate ao desmatamento, por exemplo”, diz nota da pasta.
O ministério destaca ainda o lançamento da Plataforma Brasil de Investimentos Climáticos e Transformação Ecológica (BIP), criada para mobilizar capital nacional e internacional em apoio aos Planos de Transformação Ecológica e transição climática do governo brasileiro, reforçando o compromisso do país com a neutralidade de carbono até 2050.
“A BIP é ligada a um modelo de transformação do nosso país, de transformação econômica, social, com respeito ao meio ambiente e comprometida com o combate às desigualdades sociais. Então, a gente tem aqui as peças de um Lego que tem uma estratégia, criar um novo ciclo de prosperidade, um novo ciclo de prosperidade que seja capaz de dar conta do grande desafio do século XXI”, explica Marina.