Vendas no comércio varejista crescem 0,5% em fevereiro e marca recorde

Dados da Pesquisa Mensal de Comércio do IBGE indicam maior patamar da série histórica para o comércio e revelam a volta do crescimento do setor de hiper e supermercados

Setor de hiper e supermercados voltou a crescer. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

As vendas no comércio varejista cresceram 0,5% em fevereiro, comparado a janeiro. Com isso, alcançaram o maior patamar da série histórica iniciada em janeiro de 2000 – superando em 0,3 ponto percentual o recorde anterior de outubro de 2024. Os números fazem parte da Pesquisa Mensal de Comércio, divulgada nesta quarta (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na série sem ajuste sazonal, o comércio varejista subiu 1,5% frente a fevereiro de 2024, enquanto no acumulado no ano foi de 2,3% e no acumulado nos últimos 12 meses marcou crescimento de 3,6%.

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Como destaca o IBGE, o índice voltou a crescer em fevereiro depois de quatro meses de estabilidade, com variações próximas a zero. E ainda que quatro das oito atividades investigadas na pesquisa avançaram em fevereiro:

  • Hiper e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo: 1,1%;
  • Móveis e eletrodomésticos: 0,9%;
  • Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria: 0,3%;
  • Outros artigos de uso pessoal e doméstico: 0,1%.

“Em fevereiro, observamos a volta de um protagonismo para o setor de hiper e supermercados, após um período de seis meses, desde agosto, com variações próximas de zero, com estabilidade. Condições macroeconômicas mais complexas nos últimos meses, como a queda do número de pessoas ocupadas, a estabilidade da massa de rendimento real e a inflação da alimentação em domicílio, não incentivam o consumo de bens que não sejam de primeira necessidade. Com isso, as pessoas tendem a optar por produtos mais básicos, o que explica o crescimento maior do setor em relação aos outros”, diz o gerente da Pesquisa Mensal de Comércio, Cristiano Santos.

Já as atividades que registraram queda são: livros, jornais, revistas e papelaria (-7,8%), Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-3,2%), Tecidos, vestuário e calçados (-0,1%) e Combustíveis e lubrificantes (-0,1%).

“A questão do setor de livros, jornais, revistas e papelaria é mais profunda, visto que podemos observar uma evasão dos produtos físicos dessa atividade, que estão indo para o consumo, para serviços como plataformas digitais. O que normalmente segura o resultado dessa atividade nos meses de crescimento, como costuma ser fevereiro, com crescimentos de 1,4% em 2023 e 17,2% em 2024, é o material didático. Em fevereiro de 2025, não houve suporte de receita vindo de material didático, como aconteceu para o mesmo mês nos últimos anos. Outro fator que influenciou no resultado foi o fechamento de mais lojas físicas, sobretudo livrarias”, explica.

Anual

Como já destacado, em comparação com fevereiro de 2026 o crescimento no volume de vendas no comércio varejista foi de 1,5%. Neste aspecto, cinco dos oito setores tiveram aumento: Móveis e eletrodomésticos (9,3%), Tecidos, vestuário e calçados (8,6%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (3,2%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (2,6%) e Combustíveis e lubrificantes (1,5%).

Pelo lado dos que tiveram queda estão: Livros, jornais, revistas e papelaria (-5,2%), Equipamentos e material para escritório informática e comunicação (-3,2%) e Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,3%).