Bolsonaro ficará cara a cara com Moraes e ainda vai depor à PF
Na próxima semana, o ex-presidente depõe no STF na condição de réu no âmbito da ação penal que investiga a trama golpista e terá que dar explicações sobre ações do seu filho
Publicado 03/06/2025 12:47 | Editado 03/06/2025 12:58

Jair Bolsonaro terá uma semana difícil pela frente. Na próxima segunda-feira (9), o ex-presidente depõe no Supremo Tribunal Federal (STF) na condição de réu no âmbito da ação penal que investiga a trama golpista. Já na quinta-feira (13), ele será ouvido pela Polícia Federal (PF) no inquérito aberto pelo Supremo contra o seu filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
O ex-presidente começa a semana ficando frente a frente com Moraes, a quem já chamou de “canalha”, quando era presidente e disse que não cumpriria suas decisões numa manifestação na Avenida Paulista em 2021.
Bolsonaro será confrontado, por exemplo, com os depoimentos do ex-comandante do Exército Freire Gomes e o da Aeronáutica Batista Jr.
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Ambos declararam para a Primeira Turma do STF que o ex-presidente propôs e tentou conseguir o apoio do Alto Comando para dar o golpe e impedir que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tomasse posse no cargo.
O brigadeiro confirmou que Freire Gomes ameaçou dar voz de prisão a Bolsonaro caso o ex-presidente prosseguisse com o plano de golpe.
Filho 03
Por determinação de Moraes, a PF vai ouvir Bolsonaro no inquérito que investiga o seu filho 03, deputado licenciado, que fugiu para os Estados Unidos onde admitiu articular com autoridades daquele país sanções contra o STF por conta da ação penal que investiga seu pai.
O ministro quer que a PF colha o testemunho do ex-presidente, que, além de ser diretamente beneficiado pela conduta, declarou ser responsável financeiro pela manutenção de seu filho nos Estados Unidos.
De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), as ações do filho 03 se intensificam à medida que avança o processo contra o pai pela tentativa de golpe de Estado em 2022.
O deputado é investigado pela prática de três crimes: coação no curso do processo; obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa; e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.