Centrais sindicais defendem a Previdência em reunião com ministro
Adilson Araújo, presidente da CTB, ressalta a necessidade de valorizar a Previdência Social e defende a Contag em encontro com Wolney Queiroz
Publicado 05/06/2025 18:37 | Editado 05/06/2025 19:56

Representantes das centrais sindicais estiveram com o ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, nesta quarta-feira (4), em São Paulo (SP). O encontro serviu para uma aproximação como forma de aparar arestas e fortalecer a Previdência Pública, tão atacada pela extrema direita.
Na reunião, o presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), Adilson Araújo, mostrou entusiasmo com o encontro ao indicar que Queiroz fez questão de relatar sua trajetória de luta em defesa da classe trabalhadora, além de se mostrar aberto ao diálogo sobre a questão do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS).
O governo federal afastou os conselheiros das entidades investigadas na fraude no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A medida, tomada sem consulta prévia às centrais, gerou insatisfação pelo afastamento de representantes da classe trabalhadora e culminou em uma nota pública.
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O ministro solicitou no encontro que as centrais indicassem os substitutos para os membros afastados e destacou que todos os investigados contam com a presunção de inocência: “Nós não fizemos nenhum juízo de valor e consideramos a presunção de inocência, mas pedimos que as entidades com Acordos de Cooperação Técnica suspensos fossem afastadas até que se encerrem as investigações pela Controladoria-Geral da União (CGU)”, disse Queiroz, que recebeu dos sindicalistas a pauta prioritária das centrais.
Rolando Medeiros, diretor do Sindsprev e representante da CTB no CNPS, esteve no encontro e destacou que os criminosos que se apossaram de valores dos aposentados e pensionistas devem ser punidos severamente. Por outro lado, lembra que é preciso evidenciar que a maioria das entidades com acordo com o INSS são sérias e devem ser valorizadas.
“São 45 entidades que firmaram cooperação técnica com o INSS e apenas 14 estão sendo investigadas. Existem muitas entidades sérias, que prestam relevantes serviços aos aposentados e pensionistas”, destaca.
Nessa linha, Araújo defende o trabalho da Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura), injustamente atacada pela extrema direita.
“A Contag é uma entidade seríssima. Tem uma longa e exemplar história de transparência, dignidade e luta em defesa dos trabalhadores e trabalhadoras rurais e, portanto, não pode ser confundida com as entidades picaretas que foram criadas em 2019, durante o governo neofascista de Jair Bolsonaro, para roubar aposentados e pensionistas”, afirma o presidente da CTB.
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Adilson ainda lembra que é preciso fortalecer o INSS neste momento em que bolsonaristas visam atacá-lo. Para tal, ressalta a necessidade de novas contratações para o órgão, uma vez que foi extremamente enfraquecido nos governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro: “O INSS já contou com 36 mil servidores, hoje tem apenas 19 mil, enquanto os serviços aumentaram junto com o número de beneficiários, aposentados e pensionistas, que já somam 41 milhões de pessoas”, observa.

O líder sindical também enfatiza a necessidade de combater os ataques à Previdência, pois os bolsonaristas, como o ex-ministro Paulo Guedes, tentam criar uma narrativa em prol da privatização da gestão de aposentadorias e pensões, como aconteceu no Chile, onde mais da metade dos contribuintes recebem menos do que meio salário mínimo.
“Precisamos unir as forças progressistas contra esta tentativa de desmoralização, desmonte e privatização da Previdência”, ressalta Araújo.
Também estiveram no encontro os sindicalistas Sérgio Nobre (CUT), Miguel Torres (Força Sindical), Ricardo Patah (UGT), Nilza Pereira de Almeida (Intersindical), Álvaro Egea (CSB), Maricler Real (Pública Central dos Servidor) e Artur Bueno de Camargo Junior (NCST).
*Informações CTB