Focos de incêndio no Brasil caem 46% no 1º semestre, aponta Inpe

Nos seis primeiros meses de 2025, o sistema BDQueimadas registrou 19.277 focos de incêndio, contra 35.938 no mesmo período do ano anterior

Foto: Greenpeace/C.Braga

O Brasil apresentou queda de 46% nos focos de incêndio nos seis primeiros meses do ano em comparação com o mesmo período de 2024. De acordo com o sistema BDQueimadas, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o último semestre teve 19.277 focos de incêndio, enquanto no ano anterior foram 35.938 focos registrados no primeiro semestre.

Uma das explicações para essa redução foi a grande quantidade de queimadas registradas em 2024. O ano foi marcado pela maior estiagem em 70 anos sob efeito do El Niño — fenômeno climático natural caracterizado pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico Equatorial, que altera a circulação atmosférica e provoca mudanças nos padrões de transporte de umidade.

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Além disso, o governo federal tem reforçado o combate aos incêndios com o aumento no número de brigadistas, a elevação das multas para incêndios criminosos e a ampliação do orçamento para iniciativas de prevenção e combate ao fogo.

As medidas ajudaram a reverter o cenário catastrófico visto no ano passado. Conforme dados atuais do Inpe, as queimadas em 2024 superaram em 62% a média histórica de área atingida no Brasil.

Biomas e estados

Ao se considerar o 1º semestre de 2025, os biomas mais afetados foram, na seguinte ordem:

  1. Cerrado (8.854 focos de incêndio – 45,9% do total);
  2. Amazônia (5.169 –26,8%);
  3. Mata Atlântica (2.619 – 13,6%);
  4. Caatinga (2.126 – 11,2%);
  5. Pampa (388 – 2,0%);
  6. Pantanal (86 – 0,4%). 
Imagem: BDQueimadas

Esse resultado altera a liderança entre os biomas mais afetados. Entre janeiro e junho de 2024, a Amazônia ocupava a primeira posição em focos de incêndio com 13.489 registros, que representaram 37,5% do total, seguido de perto pelo Cerrado (13.229 focos/36,8%), Mata Atlântica (3.927/10,9%), Pantanal (3.538/9,8%), Caatinga (1.632/4,5%) e o Pampa (123/0,3%).

Os dados mostram uma redução geral no número de focos de incêndio por região, com destaque para a Amazônia e, especialmente, para o Pantanal — que passou de 3.538 focos para apenas 86. Essa queda se deve, em parte, à maior regularidade das chuvas e ao combate intensificado pelo governo federal. Também se deve considerar a grande ocorrência registrada em 2024, quando o bioma sofreu com os maiores focos de incêndio da sua história.

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A partir desses dados é possível notar, além da redução geral no número de focos de incêndio por região, com ênfase na Amazônia, a queda substancial vista no Pantanal, que passou de 3.538 focos para somente 86. Uma das explicações para isso é uma melhor regularidade de chuvas na região somada ao intenso combate promovido pelo governo federal, mas, principalmente, pela grande ocorrência que ocorreu em 2024, quando aconteceram os maiores focos de incêndio da história do bioma.

Quanto aos estados, os três com maior número de focos de incêndio entre janeiro e junho de 2025 foram: Mato Grosso (3.538 focos – 18,4%), Tocantins (2.623 – 13,6%) e Bahia (1.992 – 10,3%). Confira a lista com todos os estados:

Imagem: BDQueimadas