Ritual indígena marca posse de Tanara Lauschner e Geone Maia na Ufam
Cerimônia resgata tradições ancestrais e dá visibilidade à presença indígena na universidade, sinalizando uma gestão conectada à identidade amazônica
Publicado 05/07/2025 16:03 | Editado 05/07/2025 17:34

O Auditório Eulálio Chaves do Campus Ufam foi palco da cerimônia de posse de Tanara Lauschner como reitora e de Geone Maia como vice-reitor da Universidade Federal do Amazonas marcando o início de uma gestão alinhada à promoção da diversidade, da sustentabilidade e do protagonismo regional.
A solenidade teve início com o bahsese, ritual indígena de proteção e purificação conduzido pelo Kumua Jaime Diakara Dessano (COLIND/PPGAS), que utilizou tabaco e breu branco, acompanhado por Alva Rosa Tucano (FOREEIA) e pela nova diretora de Políticas Afirmativas da Pró-Reitoria de Extensão, Danielle Gonzaga Munduruku. As doutorandas Izabel Cristine Munduruku (MEIAM) e Etimara Kokama (CACoPI-FACED) leram a carta da comunidade acadêmica indígena, enquanto estudantes entoavam as flautas sagradas de Jurupari, anunciando a chegada da nova mesa de honra.
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O ex-reitor Sylvio Puga foi responsável pela transmissão do cargo e, em sua saudação, ressaltou os desafios enfrentados pela UFAM nos últimos anos, da adaptação ao ensino remoto durante a pandemia de Covid-19 ao contingenciamento de verbas federais.
Subiram à mesa de honra autoridades como a vice-reitora da UEA, Kátia Couceiro (representando o governador Wilson Lima); a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos; e o presidente do CNPq, Ricardo Galvão. Também estiveram presentes o deputado Sidney Leite; a deputada Alessandra Campelo; Vanessa Grazziotin (OTCA); José Daniel Diniz Melo (Andifes/UFRN); Leda Mara Albuquerque (MP-AM); Luciana Viana (Ebserh); Lúcio Morais (CIEAM); Rogean Vinicius Soares (ANPG); Ana Lúcia Gomes (ADUA); Yann Evanovick (MEC) e Ronaldo Bastos (Sintesam).
Para a cerimônia, Tanara vestiu um tailleur contemporâneo do estilista indígena Sioduhi, complementado pela pelerine bordada com o calendário cosmológico do Alto Rio Negro, peça que será adotada em todas as ocasiões oficiais do novo mandato como símbolo da integração entre saberes ancestrais e acadêmicos.



Em seu discurso, a nova reitora enfatizou o caráter coletivo da nova gestão: “Aqui não é uma pessoa só — são muitas, com pensamentos diferentes, times diferentes, mas unidas e unidos por um mesmo desejo: retomar o protagonismo da UFAM como uma universidade amazônica, inclusiva, plural e transformadora.”
Ela concluiu convocando a comunidade para a construção conjunta de um “futuro mais justo, solidário e sustentável” e agradeceu o apoio de todas as instituições representadas, destacando que “a UFAM é força viva da Amazônia e deve ser farol de equidade e preservação ambiental.”
O presidente do CNPq, Ricardo Galvão, elogiou a cooperação com as comunidades indígenas e adiantou programas de fomento a projetos integradores. A ministra Luciana Santos lembrou que “a inovação plena nasce do encontro entre diversidade cultural e excelência científica” e citou a Subsecretaria para a Amazônia, pioneiramente chefiada por Tanara, como modelo de política pública regional.
Com o rito ancestral, o prestígio federal e o símbolo da pelerine, a UFAM dá início a uma nova etapa, reforçando seu papel estratégico no desenvolvimento sustentável e inclusivo da região amazônica.
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com informações Assessoria da Ufam
Edição: Bárbara Luz