Brasil aposta em super-hospital digital com verba bilionária do Brics
Com investimento de US$ 320 milhões, projeto do SUS une IA, 5G, UTIs inteligentes e modelo internacional de inovação para revolucionar o atendimento na rede pública
Publicado 08/07/2025 13:46 | Editado 08/07/2025 13:55

O Ministério da Saúde deu um passo histórico ao apresentar nesta segunda-feira (7) ao Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), do BRICS, o projeto para a construção do primeiro hospital inteligente do Sistema Único de Saúde (SUS). O financiamento de US$ 320 milhões já foi aprovado pela Comissão de Financiamentos Externos (Cofiex) e agora aguarda avaliação do banco, presidido por Dilma Rousseff.
A futura unidade, batizada de Instituto Tecnológico de Medicina Inteligente (ITMI-Brasil), será instalada no complexo do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, em São Paulo. O projeto é uma parceria entre o Ministério da Saúde e a Universidade de São Paulo e tem como foco o uso de inteligência artificial, telessaúde, automação hospitalar e ambulâncias conectadas em 5G.
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“Apresentamos ao banco dos Brics o projeto para o desenvolvimento de um hospital inteligente que use toda a tecnologia da informação e inteligência artificial, com base em experiências que estão acontecendo na China. É um grande passo para o Brasil entrar nessa revolução tecnológica”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
A proposta prevê um edifício com 150 mil m², projetado com padrões internacionais de sustentabilidade, segurança, logística hospitalar avançada, e preparação para emergências sanitárias. A estrutura será adaptada às condições climáticas locais, com foco em eficiência energética e ambiente humanizado.
“O projeto que está em análise pelo NDB simboliza o futuro da saúde pública global, baseado na cooperação internacional, na transferência de tecnologia e na aplicação da ciência e da inovação em benefício das populações”, declarou Dilma.
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Além do hospital, o plano inclui o fortalecimento da atenção especializada por meio de uma rede de UTIs inteligentes, com investimento inicial em dez unidades espalhadas pelo país. A iniciativa integra tecnologias de gestão assistencial, prontuários eletrônicos e regulação inteligente de leitos.
“São 320 milhões de dólares para a gente investir e montar, não só um hospital aqui no Brasil, mas também apoiar, já na largada, 10 UTIs espalhadas em todo o país. É ter uma verdadeira política de incorporação da inteligência artificial, das novas tecnologias de informação — que estão muito sendo utilizadas na China — para o cuidado dos nossos pacientes”, reforçou Padilha.
Inspirado em centros hospitalares chineses, o ITMI-Brasil será também um polo de ensino, pesquisa e intercâmbio técnico com os países do Brics e parceiros internacionais, visando ampliar a capacidade científica e tecnológica do SUS.
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com informações do Ministério da Saúde