Campanha na Rua: Cid, Inácio e Eunício fazem caminhada juntos

Neste domingo ds candidatos Cid Gomes e Inácio Arruda fizeram campanha na feira popular de Messejana e o deputado Eunício Oliveira manifestou seu apoio à candidatura de Inácio Arruda ao Senado.

Uma caminhada pela feira da Messejana transformou-se em uma demonstração de unidade na chapa encabeçada por Cid Gomes (PSB). Após mais de dois meses de uma guerra interna entre Eunício Oliveira (PMDB) e Inácio Arruda (PCdoB/Ce) pela vaga de candidato a senador pelo bloco de oposição – vencida pelo deputado do PCdoB – os dois estiveram reunidos pela primeira vez em um ato público.

Um dia antes da caminhada, Eunício passou o sábado reunido com líderes peemedebistas, em particular os que tinham proximidade maior com o palanque do governador Lúcio Alcântara. Esteve com o vereador Carlos Mesquita e o ex-vereador Ageu Costa, que estão entre os mais ferrenhos opositores da prefeita Luizianne Lins e não queriam aliança com o PT. Também conversou com os peemedebistas de Mombaça, que estavam próximos à candidatura tucana, e se reuniu com Aloísio Carvalho, candidato derrotado à Prefeitura de Fortaleza em 2004, que chegou a se aproximar de Lúcio, mas ontem já estava integrado à caminhada em Messejana.

No evento, aliás, os candidatos do PMDB a deputado eram maioria. Enquanto o PSB estava representado por José Albuquerque e Paulo Mindêllo, e o PT tinha a presença de Mário Mamede e Nelson Martins, estavam lá os peemedebistas Sávio Pontes e Domingos Filho, além do próprio Eunício. Os três compõem a linha de frente da ala peemedebista que faz oposição ao governo.

De acordo com o líder do PMDB na Assembléia, Sávio Pontes, a tendência é que as insatisfações dentro do partido com a opção por Inácio para concorrer ao Senado acabem se acomodando. E, no clima da final da Copa do Mundo, usa uma metáfora futebolística. "Eu sou seu amigo, mas na hora do jogo, às vezes sai uma porrada. Mas depois vão para um bar e fica tudo bem", afirma.

A interlocutores do partido, Eunício tem dito que sua prioridade são as campanhas de governador e sua própria candidatura à reeleição como deputado federal. Mas faz questão de ressaltar seu compromisso com a coligação inteira. "A decisão do partido, eu, como presidente, tenho que dar cabo dela. E a decisão do partido foi apoiar a chapa do Cid".

Ele descarta ainda que possa apoiar uma dobradinha, com Cid para o governo e Moroni Torgan (PFL) – candidato governista, antigo aliado e amigo de Eunício – como candidato a senador. "Se abri mão da minha própria candidatura ao Senado em nome da unidade, não vou ser eu que vou fazer diferente", afirma.

Ao lado de Inácio, Cid fez questão em fazer um afago em Eunício, pelo fato de, mesmo preterido, ter ficado ao lado da coligação. E ressaltou que, caso o impasse não fosse solucionado, o peemedebista teria maioria no fórum que seria responsável por dar a palavra final entre os dirigentes partidários. "Não deixo de destacar o gesto de grandeza do Eunício, e repito aqui na frente do Inácio. Se fosse para o colégio que estava definido para decidir, o Eunício seria vencedor.

Mas ele entendeu que essa disputa não seria boa para a coligação", afirmou o candidato ao governo.

Cid admitiu que não terá o apoio integral do PMDB, mas afirmou que em todos os partidos há infidelidade. E ressaltou que, nos últimos dias, recebeu o apoio dos presidentes do PSDB – partido do governador Lúcio Alcântara – em Fortim e Pedra Branca. Ao fim da caminhada, Inácio foi procurado por outro tucano que vota na chapa de Cid – Rubens Cabral, suplente de vereador do PSDB em Fortaleza.

fonte: jornal O POVO