CUT e Força criticam Copom e pedem juros ainda mais baixos

Em notas divulgadas nesta quarta-feira (19/07), as duas maiores centrais sindicais do Brasil cobraram mais ousadia do Copom (Comitê de Política Monetária). Para CUT e Força Sindical, é necessário que o Copom reduza a taxa Selic para menos do que os 14,

CUT: Nota sobre Copom


 


Alô, Copom


 


Um recado do mundo real para os integrantes do Copom. Se um trabalhador que ganha salário mínimo comprasse um sofá de três lugares no dia de hoje, numa loja de consumo popular, pagaria juros médios de 6,21% ao mês. Um sofá de três lugares foi encontrado hoje a R$ 1.037,00, na unidade de uma grande rede, na capital paulista. Se esse trabalhador optar por uma linha de crédito de 12 meses, ao final de um ano terá gasto 77% da renda adicional que conquistou após o recente aumento do salário mínimo, só pagando as prestações desse sofá que, por certo, comprou por precisar realmente do móvel.


 


Se os juros ao consumidor caíssem pouco mais da metade, atingindo 3%, esse trabalhador comprometeria 36% da renda adicional conquistada após o reajuste do mínimo. Sobrariam R$ 251,27 para que ele gastasse com outro bem de consumo.


 


Como todos sabemos, a taxa Selic influencia de maneira decisiva no crédito ao consumidor. Senhores do Copom, a redução anunciada hoje é pequena demais, não só por causa de nosso hipotético sofá, mas por outros motivos que temos apontado ao longo dos anos. Juros básicos excessivos, ainda que os menores da série histórica, não combinam com sofá novo nem com crescimento econômico, geração de emprego e distribuição de renda.


 


Artur Henrique, presidente nacional da CUT


 



 


Nota da Força Sindical sobre a taxa Selic


 


A Força Sindical considera que o Comitê de Política Monetária (Copom) precisa ousar mais acelerando a redução da taxa básica de juros (Selic). Entretanto, a dose é insuficiente. Passar de 15,25% para 14,75% é pouco para estimular investimentos necessários para a geração de empregos. Não adianta tapar o sol com a peneira e debater os fatos separadamente porque eles estão interligados.


 


É imprescindível a criação de novos postos de trabalho para promover a justiça social e reduzir a onda de violência que tem acuado a sociedade nas últimas semanas. As vagas de empregos geradas até agora não bastam. A oferta de empregos só aumentará com maior crescimento da economia. Para crescer é preciso ter crédito farto e barato.


 


João Carlos Gonçalves, Juruna,
Presidente da Força Sindical